Banco do Brasil deve anunciar ainda este mês R$ 1 trilhão em ativos

DCI
Marcelle Gutierrez

O Banco do Brasil encerrou 2011 com lucro líquido de R$ 12,1 bilhões ao final de 2011, alta de 3,6% ante 2010. O valor corresponde a um retorno anualizado sobre o patrimônio líquido (RSPL) de 22,4%. Já no total de ativos, o BB alcançou R$ 981,2 bilhões ao final de dezembro, com a previsão de chegar a R$ 1 trilhão neste mês.

Para 2012, o presidente Aldemir Bendine projetou um cenário de crédito positivo, com expansão entre 17% e 21% na carteira de crédito País. O valor segue a mesma linha das perspectivas anunciadas pelo Bradesco para este ano, que aposta em um crescimento de 18% a 22% dos financiamentos. Já o Itaú Unibanco apresentou uma projeção mais modesta, com alta de 14% a 17% da sua carteira de crédito.

Além das projeções para a carteira de crédito, o Banco do Brasil também divulgou que o RSLP recorrente deve ficar entre 19% e 22% neste ano e a margem financeira bruta entre 11% e 15%. As receitas provenientes da prestação de serviços também devem expandir, de 13% a 18%.

Segundo Bendine, a estratégia dos negócios do banco está focada no mercado interno, sem planos de aquisições fora do País. “Nosso desafio para este ano é a operacionalização do Banco Postal e investimentos em atendimento, que reflete diretamente no resultado.” O Banco Postal consiste em uma parceria do Banco do Brasil com os Correios, firmada em julho de 2011 por meio de leilão, para a prestação de serviços em 6,337 mil pontos de atendimento.

No primeiro mês de operações do Banco Postal, foram abertas 140,314 mil contas pessoa física e 1,960 mil em empresas, com o total de 7,002 milhões de transações tarifadas. “Diante dos resultados já conquistados, temos a estimativa de que serão abertas 2,2 milhões de novas contas, superior ao 1,7 milhão projetado anteriormente”, declarou Bendine.

Apesar do positivo resultado no ano, o banco apresentou queda de 25,73% no lucro líquido no quarto trimestre ante o mesmo período de 2010, de R$ 4,002 bilhões para R$ 2,972 bilhões. Segundo Bendine, um dos motivos está relacionado ao fundo de pensão Previ, que teve baixo crescimento com desempenho negativo da bolsa de valores em 2011.

O resultado teve impacto positivo no mercado acionário e os papéis do BB fecharam em alta de 4,09%, cotados a R$ 27,47%.

Até dezembro de 2011, o saldo de operações de crédito ampliada, que inclui garantias prestadas e os títulos e valores mobiliários, somou R$ 465,1 bilhões, o que corresponde a um acréscimo de 19,8% em 12 meses. Ao ser questionado sobre uma futura ampliação da participação de mercado (market share, na sigla em inglês), atualmente em 19,2%, o presidente se demonstrou confortável. “Há três anos o market share era 17%. A estratégia agora é manter. Há mais oferta do que demanda no mercado.”

O ramo pessoa física atingiu R$ 130,5 bilhões, incremento de 15,5% em um ano e de 3,8% sobre setembro de 2011.

O vice-presidente de finanças, mercado de capitais e relações com investidores, Ivan Monteiro, explicou que houve uma alta dos desembolsos em novembro de 2011. “Ocorreu uma reação no último trimestre com a retirada das medidas macroprudenciais.” Em dezembro de 2010, data em que o governo federal estipulou medidas de contenção da demanda, como a elevação dos compulsórios e o aumento das exigências de capital próprio dos bancos para empréstimos de longo prazo, os desembolsos ficaram em R$ 2 bilhões. Já em novembro de 2011, quando foram retiradas, o valor saltou para R$ 4 bilhões.

O carro-chefe do Banco do Brasil permanece com o consignado, que registrou saldo de R$ 51,2 bilhões no último ano, crescimento de 13,78%. O presidente diz que a estratégia continua neste setor, já que o foco fica com linhas de menor risco.

Nos empréstimos direcionados para empresas, a carteira evoluiu 19,2% em 12 meses e 5,6% sobre setembro de 2011, para R$ 210,2 bilhões. O destaque ficou por conta das linhas de investimento, que cresceram 18,2% no ano, com saldo de R$ 39,1 bilhões.

Banco Votorantim

Desde 2009, o Banco do Brasil possui 50% do Banco Votorantim, que teve prejuízo de R$ 201 milhões em 2011, enquanto no mesmo período do ano anterior a instituição demonstrou lucro líquido de R$ 1 bilhão.

Segundo Aldemir Bendine, a piora dos resultados foi reflexo de dois fatores. O primeiro ocorre com as medidas macroprudenciais, que estipularam maior exigência de capital nas operações de longo prazo nas linhas de veículos e consignado. O segundo foi uma nova resolução do Banco central, que entrou em vigor neste ano, que passou a não permitir a contabilização das receitas com cessão de carteiras no momento da venda. “A partir do segundo semestre de 2011 paramos de reconhecer os valores da venda de carteiras de crédito”, explicou o presidente do Banco do Brasil.

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