A greve no Banco da Amazônia completou 21 dias nesta terça-feira (19) e segue cada vez mais forte, prova da insatisfação dos trabalhadores e trabalhadoras com a postura do banco que vai muito mais além do que não chamar a Comissão de Negociação para uma nova reunião, mesmo sob autorização de manter o montante de 9,25% do lucro da instituição para o pagamento da PLR, distribuídos 50% linearmente e 50% proporcional aos salários.
Nesta terça-feira, o Banco ajuizou na Justiça do Trabalho um dissídio de greve na tentativa de impedir a continuidade do movimento e forçar os bancários a voltarem ao trabalho.
Na ação, o banco alega que os atos realizados pelo movimento grevista “estariam impedindo o funcionamento das atividades regulares da instituição financeira, ficando os empregados impedidos de adentrarem as instalações prediais do banco”.
Enquanto a assembleia com os bancários e bancárias do Banco da Amazônia acontecia na sede do Sindicato sai a decisão da Justiça referente ao pedido de dissídio do banco. A decisão, favorável à classe trabalhadora, foi divulgada para a categoria durante a assembleia. “Fiz questão de transcrever a quase integralidade dos pedidos uma vez que, por sua simples leitura, já se depreende a incompetência deste Juízo para apreciar a questão, (…) a competência originária para apreciar o dissídio será do Colendo Tribunal Superior do Trabalho”, diz a juíza relatora, Rosita de Nazaré Sidrim Nassar.
Diante da negativa da própria Justiça do Trabalho ao pedido do banco, entidades sindicais (Sindicato dos Bancários, AEBA, Fetec-CN e Contraf-CUT) juntos com os empregados e empregadas da instituição financeira concentram-se mais uma vez em frente a matriz do banco no 22º dia de greve, a partir das 7h em um grande ato cultural.
“A resposta da Justiça é a prova de que o nosso movimento sempre foi legítimo e não deve parar. A força dessa greve pode ser ainda maior, por isso convidamos todos os bancários e bancárias do Banco da Amazônia a se fazerem presentes no ato de amanhã na porta da matriz, como forma de protesto e indignação aos sucessivos nãos da direção do banco para com as nossas reivindicações”, convoca a presidente do Sindicato, Rosalina Amorim.
“A insatisfação entre os bancários quanto às péssimas condições de trabalho e de salários é geral. Também é de conhecimento de todos do Banco que é possível sim termos nossas reivindicações atendidas, só a direção da empresa que não conseguiu enxergar até agora essa possibilidade e desde a última sexta-feira não nos chama para uma nova negociação”, ressalta o vice-presidente do Sindicato e coordenador da Comissão de Negociação dos Empregados do Banco da Amazônia, Sérgio Trindade.
Encaminhamentos
Neste momento, a Comissão de Negociação representada pelas entidades sindicais entrega à governadora do Estado, Ana Júlia Carepa, um OFÍCIO em nome do funcionalismo do Banco da Amazônia, solicitando a intervenção dela junto à diretoria do banco para abrir um canal efetivo de negociação que possibilite o atendimento das reivindicações da categoria.
Além disso, a mesma Comissão irá elaborar a partir desta quarta-feira a ‘Carta da Amazônia’ que será enviada ao Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest). Na carta, o Departamento terá conhecimento sobre o andamento preciso das negociações e a não reabertura da mesa por parte da direção do Banco.