Bancári@s com deficiência debatem inclusão e igualdade de oportunidades

O primeiro Encontro Nacional de Bancárias e Bancários com Deficiência teve início nesta quarta 16, na sede da Contraf-CUT com a participação de mais de cinquenta bancários de todos país e a exposição do Assessor de Políticas das Pessoas com Deficiência da Prefeitura de São Bernardo do Campo/SP, Luiz Soares da Cruz (Lulinha) para debater o tema dos trabalhadores deficientes sob a ótica da inclusão x assistencialismo e as ações para a promoção da igualdade de oportunidades em toda categoria.

O combate a todas as formas de discriminação e a garantia de direitos aos trabalhadores deficientes foram enfatizados pelos representantes do movimento sindical na abertura da mesa composta pelo secretário de Políticas Sociais da CUT-SP, João Batista Gomes, pelo cadeirante Isaías Dias, coordenador do Coletivo Estadual de Trabalhadores Com Deficiência da CUT-SP, por José Roberto, dirigente da Fetec e Marcel Barros, secretário-geral da Contraf-CUT

Lulinha lembrou que a inclusão dos deficientes tem início na própria família, que em muitos casos não trata adequadamente aquele que tem algum tipo de limitação física. “É um trabalho de conscientização que deve ser seguido pelas entidades sindicais nas atividades de diversidade”, diz Lulinha. “Sem este princípio a criança continuará impedida de ter uma participação efetiva na sociedade porque terá dificuldades no acesso”, completa.

Também foi ressaltada a importância da escola neste processo recepcionando as crianças com deficiência junto às outras em condições de igualdade. “Quando se há a convivência desde a infância a discriminação tende a sumir e passamos a tratá-las como iguais”, diz. “O que atualmente há nas escolas é um assistencialismo, quando na verdade deveria ser discutido um processo de educação inclusiva, com acesso à informação e a prática dos direitos”, completa.

Assistencialismo ou assistência

O assistencialismo confere a proteção básica e especial. A primeira trata de pessoas em situação de vulnerabilidade, em risco e precarizadas. A especial diz respeito as pessoas que sofrem violência doméstica, sem vínculo familiar ou mesmo abandonadas.

Já o modelo de assistência são programas que tem por objetivo oferecer condições as pessoas para superar as situações de vulnerabilidade sem promover sua manutenção, como o Bolsa família e o benefício previdenciário continuado (BPC). “É preciso pensar também em outras políticas para sair do assistencialismo, vinculando escola, assistência social e saúde”, diz Lulinha.

Organização

Foi consenso entre os participantes que os avanços só virão com a organização. Segundo Lulinha, para se conquistar emprego e renda as pessoas com deficiência é fundamental que os movimentos sindicais se organizem na formação de coletivos, projetando o papel político da central e dos ramos com a inclusão de cláusulas específicas para que se cumpra a legislação.

Lei 8.213

Para Plínio Pavão, também é preciso reformular a Lei previdenciária 8.213, conhecida com a Lei das Cotas. É preciso criar subseções à cota que hoje participam reabilitados e deficientes. Já iniciamos uma discussão para que seja possível desassociá-las, diz Pavão.

Os participantes também intervieram colocando em pauta qual o modelo de inclusão que se deseja obter, visando à organização para a transformação da realidade existente entre os trabalhadores com deficiência. Agir com sensibilidade para a construção de um coletivo que se inicia dentro da própria casa, nos movimentos sociais e no ambiente escolar.

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