Representantes dos bancários estiveram reunidos nesta quinta-feira, dia 20, com o presidente do Santander Brasil, Fábio Barbosa, e cobraram diálogo com o movimento sindical para discutir as reivindicações dos trabalhadores. O encontro fora solicitado pelas entidades e ocorreu no prédio do Real, na Avenida Paulista, em São Paulo.
Pela Contraf-CUT estiveram presentes o presidente Carlos Cordeiro e o secretário de imprensa Ademir Wiederkehr. Pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo participaram o presidente Luiz Cláudio Marcolino, a diretora Rita Berlofa e o diretor e presidente da Afubesp, Paulo Salvador. E pela Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul compareceram os diretores Arnaldo de Souza Benedetti e José Cristiano Meibach.
O Santander foi também representado pela diretora de Recursos Humanos, Lílian Guimarães, e pelo superintendente de Relações Sindicais, Jerônimo dos Anjos. Fábio Barbosa, que preside igualmente a Fenaban, ouviu os bancários e afirmou que “a disposição do banco é de diálogo com o movimento sindical”.
“Foi importante o presidente do Santander receber os representantes dos bancários. Esperamos que as negociações sejam retomadas e que tragam avanços para os trabalhadores”, avaliou o presidente da Contraf-CUT.
Emprego e direitos
Na reunião, os dirigentes sindicais reiteraram os principais problemas dos funcionários. “No primeiro semestre, estávamos negociando alternativas para proteger os empregos, mas o Santander ignorou o processo negocial e iniciou demissões em massa. Depois, anunciou mudanças que representam perdas no HolandaPrevi e no plano de saúde sem discussão com os sindicatos”, lembrou Marcolino.
“O banco também tentou mudar o estatuto do Banesprev num total descumprimento ao acordo assinado pelo banco com os bancários. São atitudes que causaram vários conflitos na relação do Santander com os sindicatos e agora queremos um posicionamento da empresa sobre como serão as negociações daqui para frente, principalmente no que diz respeito à fusão”, questionou o presidente do Sindicato.
HolandaPrevi e Banesprev
Rita Berlofa propôs a manutenção do plano antigo do HolandaPrevi para quem ingressou até o dia 31 de maio de 2009. Também pediu a suspensão da reforma estatutária proposta pelo Banesprev, a fim de que sejam concluídos os trabalhos do Grupo Técnico de Trabalho, de composição paritária, instalado no último dia 13. Ela ainda reclamou da cartilha distribuída pelo banco aos funcionários, que chama de benefícios as conquistas dos sindicatos, como vale-refeição e auxílio creche/babá.
“Queremos que o Santander sente na mesa de negociação com os bancários e discuta nossas demandas com seriedade. Temos vários problemas que precisamos resolver e o diálogo é a melhor forma para construirmos soluções conjuntas”, disse a diretora do Sindicato.
Descaso com aposentados
Paulo Salvador lembrou os problemas com os aposentados do ex-Banespa. “O banco havia aceitado a negociação do passivo existente, mas trocou os seus representantes em cada rodada e ainda rompeu o processo negocial, o que poderá levar à instalação da CPI do Santander na Câmara dos Deputados”, apontou.
“O Santander deveria tratar com carinho os cerca de 29 mil aposentados, que têm estima pelo banco onde trabalharam e representam clientes em potencial que hoje não são valorizados”, comparou Ademir. Ele reforçou as demandas acerca do HolandaPrevi e Banesprev, reiterou a necessidade de diálogo e cobrou o fim da política anti-sindical do banco.
Renovação do aditivo
O secretário de imprensa da Contraf-CUT anunciou o processo de elaboração da minuta de reivindicações específicas dos funcionários, a ser entregue ao banco pelas entidades sindicais até o próximo dia 31 para fins de renovar o aditivo do Santander à convenção coletiva dos bancários.
Ademir pediu ainda a retomada das liberações de dirigentes sindicais. “Ao contrário de outros bancos privados, o Santander não vem atendendo as solicitações das entidades, nem mesmo liberando substituto para o lugar de diretor de sindicato que faleceu”, lamentou.