Bancários retomam negociação sobre PLR com Mercantil do Brasil

A Contraf-CUT, Fetrafi-MG e Sindicatos dos Bancários de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Divinópolis e Ipatinga realizaram na última sexta-feira, dia 10, a terceira rodada de negociação específica com a direção do Mercantil do Brasil, na capital mineira, para discutir o acordo da Participação de Lucros e Resultados (PLR) de 2013. A avaliação dos trabalhadores é que foram obtidos avanços, apesar das inúmeras mudanças ainda necessárias referentes ao programa.

Segundo os dirigentes sindicais, foi possível avançar na alteração da cláusula terceira, que trata dos elegíveis, contemplando trabalhadores que tiverem o seu contrato de trabalho rescindido pelo banco, garantindo o pagamento de 1/12 (um doze avos) por mês trabalhado, ou fração igual ou superior a 15 dias.

Os representantes dos trabalhadores ainda propuseram que na cláusula quinta, que trata do adiantamento de adicional de PLR, 2% do lucro apurado no primeiro semestre de 2013 seja distribuído de forma linear a partir de agosto, garantindo eventual possibilidade de ganho, caso ocorram melhorias na Convenção Coletiva dos Bancários neste tema. Também foi proposta a redução de R$ 70 milhões para R$ 60 milhões da meta do lucro.

Porém, mesmo com os avanços, os sindicalistas consideram que o programa próprio do banco ainda necessita de modificações conceituais para contemplar todos os funcionários, como a ampliação do PVN para todos os envolvidos direta e indiretamente na venda de produtos. Além disso, o programa continua privilegiando alguns em detrimento de muitos funcionários, como os supervisores administrativos e o staff, que ainda não tem todo o esforço recompensado.

Para Marco Aurélio Alves, funcionário do Mercantil do Brasil e diretor do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte, o banco tem que valorizar mais seu maior patrimônio, os trabalhadores.
“Se o banco realizar uma pesquisa irá perceber a grande insatisfação da maior parte dos trabalhadores que ficam de fora dos programas variáveis de negócios, mesmo sendo cobrados insistentemente pelo cumprimento de metas de vendas de produtos, adverte.

Segundo Vanderci Antônio da Silva, funcionário do Mercantil do Brasil e diretor do Sindicato de Belo Horizonte, o banco ainda corre o risco de um enorme passivo trabalhista por conta da não remuneração dos funcionários envolvidos em venda de produtos. “Seria muito melhor o banco reconhecer e remunerar seus funcionários envolvidos em vendas através do programa próprio hoje do que correr o risco de pagar na Justiça amanhã”, ressalta.

Demissão de dirigente sindical

Durante a reunião, os representantes dos trabalhadores protestaram e exigiram a imediata reintegração do funcionário do Mercantil do Brasil e diretor da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito (Fetec) do Paraná, Sérgio Lemos Barbosa.

O dirigente sindical foi sumariamente demitido numa clara demonstração de perseguição e prática antissindical promovida pela empresa. Trata-se de um ato de violência contra a organização dos trabalhadores que luta por melhores condições de vida e salário.

“A Contraf-CUT e os sindicatos presentes repudiaram a atitude do banco, que afirmou não reconhecer a estabilidade do dirigente sindical por se tratar de entidade de 2º grau (federação) e que quem representa os bancários seria o Sindicato dos Bancários de Londrina, o que é um tremendo absurdo”, salienta Miguel Pereira, secretário de organização do ramo financeiro da Contraf-CUT, que participou da negociação.

Diante da negativa do banco, os dirigentes sindicais afirmaram que irão tomar as medidas jurídicas necessárias para reverter a demissão ilegal do sindicalista, bem como levar ao conhecimento público e das autoridades a prática antissindical do banco.

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