Banco mantém intransigência e trabalhadores prometem mobilização
Mais empregados, fim do Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP), comissão para rever o Processo Seletivo Interno (PSI) e revogação do desconto dos trabalhadores que aderiram ao Dia Nacional de Luta contra o PL da terceirização. Estas foram as reivindicações apresentadas à Caixa pela Contraf-CUT e Comissão Executiva dos Empregados (CEE), em nova reunião da mesa de negociação permanente, realizada nesta quarta-feira (22), em Brasília.
Depois de muita luta, os trabalhadores conseguiram a alteração da política de promoções da Caixa, substituindo nomeações das chefias pelo Processo Seletivo Interno que, na teoria, deveria garantir condições justas para a ascensão profissional. Porém, após diversas alterações sem consulta aos funcionários, o mesmo perdeu a objetividade, lisura e transparência.
Em ofício enviado à Caixa no dia 22 de junho, a Contraf-CUT reivindicou a criação de um comitê paritário para acompanhar e sugerir melhorias no PSIC para formação de banco de habilitados, após receberem denúncias sobre problemas na aplicação das provas, em abril deste ano. Na mesa de negociações, o banco novamente frustrou os trabalhadores ao recusar a criação da comissão para debater formas do PSI ser mais justo e eficiente na identificação de talentos pela própria Caixa.
Os representantes da Caixa alegaram, mais uma vez, que as reclamações que chegaram ao conhecimento da empresa estão dentro da normalidade e que o processo pode passar por aprimoramento, mas mantiveram a posição de não criação do comitê paritário.
“A nossa reivindicação é que, tendo em vista as falhas verificadas na prova, os empregados que não passaram na seleção possam se inscrever nos PSICs”, ressalta Fabiana Uehara Proscholdt, secretária de Juventude da Contraf/CUT. A Caixa ficou de avaliar o pleito.
No encontro, os bancários voltaram a exigir o fim da Gestão de Desempenho de Pessoas. A GDP foi imposta de forma unilateral e contribui para a precarização das relações de trabalho, por meio da cobrança individualizada de metas e incentivo à concorrência entre bancários. Entretanto, em resposta, o banco informou que irá manter a implantação do programa, que desde 1º de julho funciona nas gerencias médias e até 2016 deve ser ampliado para cobrar metas pessoais de todos os empregados.
Fabiana garante que a categoria permanece contra o GDP. “Vamos reforçar a mobilização junto aos empregados de todo o País.”
De dezembro de 2014 a março de 2015 houve saldo negativo de 1.188 postos de trabalho na Caixa, sendo que no mesmo período foram abertas 10 agências, evidenciando a urgência de aumentar o quadro de empregados. Na reunião, os interlocutores da Caixa alegaram que o banco vai cumprir o que está previsto no Acordo Coletivo de Trabalho 2014/2015. Ou seja, a contratação de mais 2 mil empregados até dezembro de 2015. No entanto, ao fixar este número durante a campanha salarial do ano passado, não havia perspectiva de realização do PAA, o que acarretou a saída de mais de 3 mil trabalhadores.
Em 2014, quando o ACT foi fechado, a Caixa já havia atingindo a marca de 101 mil empregados, o que significa que o total chegaria a 103 mil no final deste ano. Na prática, porém, aconteceu exatamente o contrário. No último dia 30 de junho, a empresa informou no Diário Oficial da União que o seu quadro de pessoal era de 97.975 providos, implicando em uma redução considerável do número de empregados.
Outra importante reivindicação apresentada aos representantes da Caixa foi a revogação do desconto de quem aderiu ao Dia Nacional de Luta contra o PL da Terceirização, ocorrido em 29 de maio. O Sindicato tem atrasado a abertura de agências e realizado abaixo-assinados contra esta postura do banco. Na negociação, a Caixa considerou a possibilidade de negociar a questão e ficou de dar uma resposta concreta posteriormente.
Fabiana reforça que diante da postura da Caixa, a mobilização dos trabalhadores irá aumentar cada vez mais até o banco reconhecer a importância de cada reivindicação.