Ao lembrar que a Caixa é a única empresa estatal 100% pública, e que é através dela que são realizadas as principais políticas sociais do governo federal, do Bolsa Família ao Minha Casa Minha Vida e ao pagamento do FGTS, entre tantas outras, o presidente do SindBancários, Everton Gimenis, deu o tom da defesa intransigente da instituição, que deve unir todos os trabalhadores e movimentos sociais neste momento.
Junto ao presidente do Sindicato, dirigentes sindicais e empregados da Caixa se uniram em frente à sede do banco, na Praça da Alfândega, Centro de Porto Alegre, na quinta-feira, (24), Dia Nacional de Luta contra a Reestruturação da Caixa. “A direção da Caixa precisa parar já esta reestruturação, que só traz prejuízo à população e aos trabalhadores, e sim cumprir todos os acordos coletivos”, afirmou Gimenis.
O presidente do Sindicato também conclamou aos empregados da Caixa: “Fiquem atentos e mobilizados, porque hoje há uma tentativa de privatizar todas as empresas estatais do país, através do PL 555 que está no Congresso Nacional”, alertou. Para a diretora da Fetrafi-RS, Denise Falkenberg Corrêa, defender a Caixa é não apenas defender os colegas trabalhadores da Caixa, mas é defender o país.
Reduzindo qualidade do atendimento
Diretor do Sindicato e empregado da Caixa, Jailson Bueno Prodes lembrou: “Há nove meses que a Caixa não contrata, reduzindo a qualidade do atendimento e sobrecarregando os funcionários, e agora lança esta reestruturação com o slogan de Caixa Mais Forte. Na realidade ela está descumprindo acordos coletivos”, diz Jailson. “O lucro dos bancos mostra que há condições de cumprir plenamente as pautas acertadas com os trabalhadores. A Caixa, hoje, está pensando e agindo como um banco privado”, denuncia.
Ex-presidente do SindBancários e empregado da Caixa, Devanir Camargo reforça que é preciso continuar protestando e exigindo a revisão da tal “reestruturação” que a Caixa vem implantando, contra os acordos assinados com as entidades representantes dos trabalhadores. “Hoje, um clima de insegurança e terror está presente entre os funcionários. Quais unidades serão atingidas? Que setores importantes podem ser extintos ou unificados?”, questionou.
Falso moralismo
O diretor financeiro do SindBancários, Paulo Roberto Stekel, aponta para o panorama de crise instalado no país: “A população precisa saber que esta falsa moralidade divulgada hoje pela mídia não vai acabar com a corrupção se focar só neste ou naquele partido ou setor. É um modo de fragilizar os trabalhadores. Hoje todos os brasileiros estão ameaçados com os projetos que estão no Congresso, como o PL 4330, que simplesmente quer acabar com a Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT, extinguindo os direitos conquistados ao longo de décadas no século XX. Temos hoje um pacote de maldades no Congresso Nacional, e a direção da Caixa tem que dizer se está a serviço da população ou do alto empresariado da Fiesp, que está financiando o golpe neste momento”, concluiu Stekel.
Contra retirada de direitos
“Não podemos e não vamos aceitar a retirada de direitos dos trabalhadores e a terceirização. Trabalhador terceirizado só interessa ao empresário, mas toda a sociedade perde com isso. O problema afeta os bancários, mas também afeta muitas outras categorias”, lembrou o diretor de Esporte. Cultura e Lazer do SindBancários, Tiago Vasconcellos Pedroso, também empregado da Caixa. “Para que a Caixa possa continuar tendo seu papel social no Brasil, não pode enfraquecer seu quadro de funcionários”, ressaltou.
É preciso entender que o combate à corrupção deve ser permanente e não pode distinguir ninguém, ao contrário do que diz e repete a grande mídia. “O discurso da corrupção esconde um verdadeiro ataque à soberania do país e aos direitos dos trabalhadores”, reafirma Everton Gimenis. “É preciso pensar mais além do que dizem os grandes jornais e a televisão, repetidamente”, alerta ele.
Não ao golpe
Na manifestação na Praça da Alfândega em frente ao Edifício Querência da Caixa estiveram presentes também outros representantes de trabalhadores, como o presidente da Federação dos Metalúrgicos do RS, Jairo Carneiro, e o deputado do PC do B, Juliano Roso, que deixou seu recado aos bancários e participantes do ato: “Trago a minha solidariedade aos bancários, que neste momento são a categoria que mais sofre com estas medidas. Vamos continuar na defesa dos bancos públicos e não vamos aceitar que estes bancos coloquem práticas cotidianas nocivas aos trabalhadores e à população. E não ao golpe de Eduardo Cunha”, concluiu o parlamentar.