Bancários realizam em Belém ato de Natal contra demissões no Santander

Os funcionários, com o apoio do Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá protestaram nesta quinta-feira 19 contra as mais de 3.000 demissões só este ano no banco espanhol. O ato de Natal foi também para denunciar a precariedade nas condições de trabalho que só aumenta em virtude das constantes demissões. A manifestação ocorreu uma hora antes da abertura da agência matriz do Santander, localizada na Av. Nazaré, em Belém.

“Com tantos desligamentos, faltam cada vez mais funcionários nas agências, piorando as condições de trabalho e prejudicando a qualidade de atendimento aos clientes. Essa agência quase toda reformada e bonita, após mais de quatro meses de obras e transtornos, mascara a realidade que os bancários lidam diariamente com a sobrecarga de serviços, assédio moral, estresse, insegurança e adoecimento”, apontou o diretor do Sindicato e funcionário do Santander, Márcio Saldanha.

Ainda de acordo com a entidade, as demissões vão na contramão dos bons resultados que o banco espanhol tem apresentado no Brasil. Segundo dados do próprio Santander, o lucro líquido foi de R$ 4,3 bilhões até setembro deste ano, o que representa 24% do lucro mundial, o maior resultado entre todos os países onde o banco atua. Além disso, o número de contas correntes atingiu 1,5 milhão a mais nos últimos 12 meses. A instituição também experimentou crescimento de 2,1 milhões de clientes no período – 7,8% a mais.

Sergio Trindade, vice-presidente da Fetec-CN, frisou que a categoria exige respeito por parte do SantanderEm contrapartida, é também aqui no Brasil onde o banco espanhol mais demite, onde cobra as tarifas e taxas mais altas. Em novembro, as receitas dessa natureza atingiram R$ 7,828 bilhões – alta de 9,3% em relação ao ano anterior. O valor poderia sustentar quase uma vez e meia a folha de pagamento do banco.

“Deve ser por esses e outros motivos que o Santander foi o campeão do ranking de reclamações de clientes no Banco Central em 2013. Boa parte de toda essa arrecadação foi para os bolsos dos altos executivos que entre 2010 e 2013 tiveram um ganho médio anual de quase R$ 8 milhões, o que é um absurdo. Por isso neste Natal e Ano Novo, os bancários não querem mimos, querem um novo modelo de gestão e mais respeito”, conclui Sérgio Trindade.

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