Bancários questionam Santander e rejeitam perda de direitos no HolandaPrevi

Em reunião ocorrida nesta quinta-feira, dia 28, em São Paulo, a Contraf-CUT e as entidades sindicais cobraram esclarecimentos do Santander sobre as mudanças na previdência complementar, que envolvem retirada de direitos para os atuais 32.654 participantes do HolandaPrevi. Os bancários reivindicaram a abertura de negociações para discutir a manutenção dos direitos, a melhoria do plano para os funcionários sem plano de previdência (sem-prev) e o adiamento do prazo de adesão.

Perdas inaceitáveis

Após questionamentos e manifestações dos dirigentes sindicais, os representantes do banco reconheceram que haverá perdas para quem tem o plano do HolandaPrevi. Mas muitas questões não foram respondidos e não foram entregues os estatutos, o regulamento, o regimento interno e os documentos, comprovando a realização de eleições para os conselhos deliberativo e fiscal e para a diretoria.

Dados apresentados pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo revelam que, pelo módulo antigo do HolandaPrevi, um funcionário do Real, cujo salário é de R$ 4 mil, paga hoje R$ 90,05. O banco, como patrocinadora, contribui com os mesmos R$ 90,05 mais uma parcela de R$ 214,24, o que totaliza R$ 394,35.

Já pelo módulo novo o funcionário e a patrocinadora pagariam os mesmos R$ 90,05, totalizando R$ 180,11. Isso significa uma diferença de R$ 214,24. Dessa forma, o banco diminui a sua contribuição, reduzindo a reserva matemática do participante e diminuindo, assim, a sua futura complementação de aposentadoria. Isso é inaceitável.

Por isso, as entidades sindicais defenderam a manutenção do atual plano do HolandaPrevi para evitar prejuízos aos trabalhadores e a reivindicaram a suspensão do processo de adesão ao novo plano.

Sem-prev

Os bancários destacaram que o plano para os sem-prev é uma conquista dos trabalhadores, mas pediram melhorias. Pelo novo plano do HolandaPrevi, a contribuição normal é de 2% da parcela do salário aplicável até 13 UPs (R$ 3.315,26) e de 2% a 9% da parcela superior a 13 UPs. O Santander, como patrocinadora, fará uma contrapartida de contribuição básica conforme o tempo no novo plano, variando de 100% até 150%.

Por exemplo, um funcionário com salário de R$ 1,5 mil pagará uma contribuição normal de R$ 30. Já o banco, como patrocinadora, fará uma contribuição básica igualmente de R$ 30, totalizando R$ 60.

O funcionário poderá ainda fazer uma contribuição voluntária de 2%, 3% ou 4% do seu salário aplicável, porém sem contrapartida do banco.

Os dirigentes sindicais reivindicaram o pagamento do chamado “serviço passado”, isto é, um aporte de recursos correspondente ao tempo anterior do funcionário no banco, como forma de garantir uma reserva matemática compatível para a futura complementação de aposentadoria. Entretanto, os representantes do banco não aceitaram o pedido. Também foi lembrado que no plano III do Banesprev, que é similar, o banco como patrocinadora garante paridade nas contribuições de até 5% do salário.

Mobilização

Após o encontro com o banco, foi realizada uma reunião das Comissões de Organização dos Empregados (COEs) do Santander e Real, onde foi decidido que será reforçada a mobilização dos funcionários em defesa dos empregos, pelo pagamento do adicional da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e deflagrada uma campanha contra a retirada de direitos.

A orientação das entidades sindicais é para quem nenhum funcionário faça a adesão aos novos planos.

Foi marcado um novo dia nacional de luta, a ser realizado na próxima quinta-feira, dia 4 de junho, com protestos em todo o País. “Vamos pressionar o banco e cobrar negociações para mudar os planos de previdência complementar e de assistência médica e odontológica que trazem prejuízos aos trabalhadores. Não aceitamos as maldades escondidas no pacote, enrolado como cartilha de benefícios para os funcionários”, afirma o coordenador da COE do Real, Marcelo Gonçalves.

“Também vamos reforçar a luta pelo adicional da PLR. Se tem dinheiro para pagar bônus semestrais de até R$ 1,4 milhão para superintendentes e remuneração anual média de R$ 8,6 milhões para os 26 diretores-executivos, o banco tem que fazer a lição de casa e arrumar dinheiro para melhorar a PLR dos bancários, principais responsáveis pelos lucros acumulados”, salienta o funcionário do Santander e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

“Queremos que o Santander respeite o Brasil e os brasileiros”, conclui o coordenador da COE do Santander, Mário Raia.

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram