Três dias após tornar pública a demissão do presidente do Banco Regional de Brasília (BRB), Jacques Pena, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, que assumiu compromisso de valorizar o banco e seus funcionários quando candidato, ainda não deu explicações sobre o porquê da saída de Pena.
Conforme o Sindicato dos Bancários de Brasília, não há aparentemente nada que motivasse a troca na presidência do banco, com todas as implicações decorrentes de uma ação como essa. Aliás, em matérias publicadas na imprensa de Brasília, o que há são indicações de que Pena está fazendo um excelente trabalho à frente do banco, o que se materializa no próprio resultado alcançado pelo BRB no primeiro semestre deste ano, o maior lucro para o período.
Isso aliado a uma visão dos funcionários de que a instituição está em boas mãos, com ele, Pena, e sua equipe de diretores conduzindo o BRB rumo a sua consolidação em Brasília como um dos mais importantes indutores do crescimento da região.
O governador obviamente pode alegar que se trata de questões de governo, e que o cargo é de livre nomeação por ele, dentro da concertação política que o apoia. Porém, o que o Sindicato reitera é que, muito acima e além das questões de governo, há as questões de Estado e o banco é um instrumento que pertence à sociedade. Dessa forma, deve ser tratado com respeito e cuidado especiais, principalmente por se tratar de empresa extremamente sensível, fruto de sua própria natureza.
As informações recentes apontam a indicação do ex-secretário de Desenvolvimento do DF, Abdon Henrique, para o cargo. O Sindicato questiona essa indicação por se tratar, de acordo com o que se comenta na própria imprensa do DF, de alguém sem experiência no setor, o que denota uma temeridade que pode inclusive colocar o governador diante de uma situação delicada: a desaprovação de Abdon pelo Banco Central.
Diante disso, o Sindicato entende que este deve ser o momento de o governo dar uma resposta e uma satisfação à sociedade e ao conjunto de trabalhadores do banco. Uma das formas de se fazer isto e resgatar o respeito que estes devem ter para com o governo pode se traduzir na indicação de alguém de carreira do próprio banco para assumir a presidência. Um funcionário ou funcionária capacitado para o cargo, com experiência e mostra inequívoca de compromisso com o banco.
Aliás, essa foi a solução encontrada pelo ex-presidente Lula no comando dos dois maiores banco estatais federais (Caixa e BB), com resultados excepcionais para aquelas instituições, para a sociedade e também para o governo.
“Não se pode brincar com uma instituição como o BRB, que tem uma história de mais de 46 anos de dedicação de seus funcionários na busca para torná-lo uma empresa de excelência em sua relação com a sociedade do DF. O governador deve respeito a esta instituição, a seus funcionários e principalmente a seus donos, o povo de Brasília”, diz o diretor do Sindicato, Antonio Eustáquio.