Começou nesta segunda-feira (24) a 3ª Plenária Nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (Contracs/CUT). A atividade está sendo realizada em Praia Grande (SP), na Colônia de Férias do Sindicato dos Comerciários de Osasco. Com o lema “Organizar, Resistir e Lutar”, os delegados vão debater a conjuntura nacional e internacional; definir estratégias organizativas; e elaborar o plano de lutas da Confederação.
O ramo financeiro, de acordo com a organização da Central Única dos Trabalhadores (CUT), faz parte do mesmo macrossetor dos comerciários. “Nossas categorias passam por fenômenos parecidos. Assim como o e-comerce afeta os comerciários, os aplicativos afetam os bancários. Não é à toa que, no próximo final de semana, em nossa 19ª Conferência Nacional, vamos tratar de questões semelhantes às que vocês tratarão aqui. Por isso, é importante mantermos atuações próximas e realizarmos ações e campanhas comuns e até conjuntas para fortalecermos a atuação do macrossetor e, consequentemente, do conjunto dos trabalhadores, principalmente neste momento de ataques contra a democracia e os direitos conquistados após décadas de lutas sindicais”, disse Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que participou da abertura da 3ª Conferência da Contracs-CUT. “Este é um modelo de organização que estamos perseguindo”, completou, lembrando ainda que a retomada neoliberal é fato em todo o mundo e que, por isso, o trabalhador também precisa pensar em se organizar para além das fronteiras de países.
O presidente da Contraf-CUT lembrou ainda que os trabalhadores de ambas as categorias estão sujeitos à substituição não apenas por máquinas, mas também por outros trabalhadores de formações e capacidades distintas. “Seremos profundamente atingidos pela nova legislação trabalhista, principalmente no que se refere aos novos modelos de contratações que precarizam o trabalho, os salários e os direitos. Já existem bancos apresentando suas pautas de negociação a partir do que define a nova lei. Sabemos que as grandes redes varejistas também estão fazendo a mesma coisa”, ressaltou.
Para o von der Osten, ao invés de lamentar e se desanimar o movimento sindical precisa enxergar essa crise como oportunidade para apostar em um novo modelo de atuação sindical, classista, de luta, pela base, não tutelado pelo Estado. “É hora de politizarmos o debate e nossa atuação. Porque até o mais ingênuo dos trabalhadores entende que quem aprovou a reforma trabalhista foi um Congresso de patrões. Os trabalhadores não estão suficientemente representados. Todos sabemos que precisamos mudar essa situação, essa correlação de forças”, concluiu o presidente da Contraf-CUT.
Alci Matos Araujo, presidente da Contracs/CUT, concorda que o momento é uma oportunidade de avançar na organização sindical. “Aqui realizamos o compromisso de fazer essa Plenária, renovar o plano de lutas, avaliar estratégias e linhas de trabalho com a marca de organizar, resistir e continuar sempre lutando em nome de 3 milhões de trabalhadores do comércio e serviços”, disse, ao lembrar que a CUT foi criada em um momento semelhante ao que estamos vivendo, sob a ditadura militar.
A 3ª Conferência Nacional da Contracs-CUT segue até esta quarta-feira (26). Mais informações no site da Contracs-CUT.
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