Bancários protestam no Bradesco e subservientes da Caixa agem como se a greve tivesse acabado na Paraíba

No 14º dia de greve, os bancários fizeram um ato público em frente à Agência Centro do Bradesco, em João Pessoa – PB, nesta segunda-feira (19), para protestar contra a falta de respeito dos bancos. E, por falar em falta de respeito, a superintendência estadual da Caixa Econômica Federal mandou retirar as faixas e cartazes de greve das suas agências, passando por cima da Lei de Greve, que é constitucional.

Nesta terceira semana da greve dos bancários, que na base do Sindicato dos Bancários da Paraíba continua com adesão de 90,58%, a pressão dos bancos está vindo de cima para baixo e tomando proporções alarmantes. Demandados por instâncias superiores, gestores de bancos privados e instituições financeiras públicas estão tomando medidas precipitadas, equivocadas e absurdas.

O Bradesco, através de sua gerência estadual, está tentando de todas as formas a abertura de suas agências. Na Caixa Econômica Federal, com a desculpa de que não podem arcar com as multas por descumprimento ao Procon Estadual, a alta cúpula mandou disponibilizar envelopes para acatamento de depósitos nas agências e ainda teve o desplante de mandar retirar os cartazes e faixas nas unidades do banco estatal.

O presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcelo Alves, criticou a pressão da superintendência do Bradesco para reabrir as agências. “Os representantes do banco, esquecem que também são bancários e que estamos em plena data base, reivindicando o que nos é devido de direito, uma vez que cumprimos nossos deveres de aumentar os lucros da instituição financeira, inclusive em circunstâncias adversas. Portanto, temos o direito de lançar mão da greve; única arma que temos”, ressaltou.

O presidente do Sindicato ficou ainda mais revoltado com a atitude equivocada da superintendência da Caixa Econômica Federal, de mandar liberar os envelopes de depósitos e retirar cartazes e faixas, mesmo com os bancários em greve. “É um absurdo essa medida esdrúxula, sob o argumento de que a Caixa não pode arcar com as multas aplicadas pelo Procon, por conta da não disponibilização dos envelopes para acolhimento de depósitos, quando a instituição financeira passa o ano inteiro descumprindo a Lei das Filas e recorrendo para não pagar as multas. Agora, quando os bancários estão fazendo uma greve legítima, pacífica e ordeira para se contrapor à intransigência, à mesquinhez, à falta de seriedade e de respeito dos banqueiros, aparecem esses ‘heróis’ de última hora para salvaguardar o banco que é patrimônio do povo. Seria cômico, se não fosse uma atitude hipócrita!”, concluiu Marcelo Alves.

A diretoria do Sindicato vai continuar dando todo o apoio à greve nacional da categoria, que é democrática, soberana, pacífica e ordeira, buscando tão somente o que lhe é devido pelos banqueiros, que se recusam a fazer uma contraproposta decente. Os bancários querem: reajuste de salários com ganho real, contratação de mais funcionários, mais segurança, fim da pressão e do assédio moral, e melhores condições de saúde, dentre outros itens da pauta de reivindicação.

O secretário geral do Sindicato, Advogado Jurandi Pereira, chama a atenção dos representantes dos bancos para o legítimo exercício do direito de greve, com a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador. E aconselha os desavisados a verificar o que assegura o Art. 6º da Lei 7.783/1989, mais conhecida como a Lei de Greve. “Aos grevistas é assegurado o emprego de meios pacíficos para persuadir ou aliciar os trabalhadores a aderirem à greve. Para garantir esse direito, os bancos não podem adotar meios para constranger o empregado ao comparecimento ao trabalho, bem como capazes de frustrar a divulgação do movimento. Então, vamos fazer com que as empresas também cumpram a Lei”, avisou Jurandi.

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