Os bancários da Nossa Caixa realizam nesta segunda-feira 30 uma série de protestos que marcará o fim do banco paulista. Fundada em 1917, a instituição foi vendida pelo governo do Estado no ano passado para o Banco do Brasil, que nesta segunda extingue o CNPJ da Nossa Caixa e inicia efetivamente o processo de incorporação. Os funcionários de agências e departamentos devem comparecer ao trabalho vestidos de vermelho.
“Depois de décadas de muita luta, os bancários da Nossa Caixa realizam o último protesto como empregados do antigo banco paulista. Infelizmente, a Nossa Caixa morreu e levou com ela um projeto de Estado que foi atacado por quase duas décadas de administrações do PSDB, que finalmente conseguiu se livrar do banco no ano passado. Para os 14 mil funcionários da Nossa Caixa esta segunda-feira será um dia de luto, mas também de luta”, diz a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Raquel Kacelnikas.
“Estamos enfrentando vários problemas no processo de incorporação e queremos resolvê-los. Por isso, estamos em mobilização permanente e podemos parar a qualquer momento caso o Banco do Brasil não negocie nossas reivindicações com seriedade”, explica.
A mobilização permanente dos bancários e o protesto do dia de vermelho foram aprovados pelo funcionalismo da Nossa Caixa na noite de sexta-feira 27, em assembleia realizada na Quadra do Sindicato. A princípio os trabalhadores programavam uma greve de 24 horas para esta segunda, mas a direção do banco – diante da pressão dos empregados – decidiu retomar as negociações com os sindicatos e atendeu a uma série de reivindicações.
“Os bancários sempre apostaram na solução de problemas pela via negocial. Esperamos que com a retomada das negociações a gente consiga solucionar todos os problemas oriundos desta incorporação para todos os trabalhadores. Vamos manter a mobilização até que as negociações sobre a fusão sejam concluídas”, ressalta Raquel.
A próxima reunião com o Banco do Brasil está marcada para quinta-feira, dia 3. “Mais do que nunca, precisamos estar unidos para enfrentar as dificuldades decorrentes dessa incorporação, como já estamos fazendo”, finaliza Raquel.