Bancários protestam na porta do Unibanco e servem churrasco à população

Intransigência e descaso. Essas são as duas palavras que definem a postura dos gestores do Unibanco em Cuiabá, diante da luta dos bancários em busca de avanços e direitos para toda a categoria.

Desde o início da manhã desta terça-feira, 21, os dirigentes do Sindicato dos Bancários e dos Trabalhadores do Ramo Financeiro no Estado de Mato Grosso (Seeb/MT) mantiveram as discussões com um dos gestores da agência Centro do Unibanco que, mesmo sendo também um bancário, manteve uma atitude anti-sindical e contrária à vontade e à necessidade da luta dos trabalhadores bancários.

“Tivemos um dia de movimento intenso em todo o Estado, e mesmo diante dessa postura intransigente do Unibanco, podemos dizer, que após a longa tentativa de negociação com o responsável do banco, tivemos o respaldo da população. No nosso ato, onde fizemos um churrasco como forma de simbolizar a partilha do pão que os banqueiros se recusam fazer, ouvimos palavras de apoio da sociedade, que também, assim como nós, tem sido vítima da ganância dos banqueiros”, explica o presidente do Sindicato, Arilson da Silva.

Nesta quarta-feira, 22, a greve dos bancários de todo o país entra em seu décimo quinto dia. No início da manhã desta terça-feira, havia no Estado, 103 agências fechadas, sendo que destas, 99 permaneceram fechadas durante todo o dia, e outras quatro, tiveram retardamento na abertura.

“Os banqueiros, que insistem em não formalizar uma proposta durante as negociações com o Comando Nacional dos Bancários, estão tendo a cada dia, uma surpresa. A categoria está unida e ciente da necessidade de manter os protestos em busca de avanços, que para a Fenaban, não afetam em praticamente nada, os altos lucros obtidos até agora”, afirma Arilson.

Em Cuiabá e Várzea Grande foi mantido o número de agências fechadas, 66, além dos 10 departamentos que também estão em greve. No interior, 12 agências foram fechadas em 13 municípios do Estado. Em todo o país, os bancários já fecharam mais de 5,4 mil agências.

“Ainda estamos aguardando os resultados da rodada de negociação entre a Federação Nacional de Bancos e o Comando dos Bancários, que acontece na noite desta terça em São Paulo”, diz.

Entenda as reivindicações dos bancários

A greve dos bancários por tempo indeterminado foi deflagrada no dia oito de outubro, após os banqueiros não apresentarem nova proposta depois da greve de 24 horas, ocorrida no dia 30 de setembro. Até então, a única proposta feita pelos banqueiros foi a de 7,5% de reajuste, que oferecia apenas 0,35% de aumento real.

Uma segunda proposta feita pela Fenaban e rejeitada pelos bancários de todo o país foi de 9% de reajuste para quem recebe até R$ 1.500, e 7,5% para os demais funcionários, o que segundo o movimento sindical, apenas gera divisões entre a categoria.

Os bancários reivindicam aumento real de 5% além da reposição da inflação. Os trabalhadores também reivindicam valorização dos pisos salariais, participação nos lucros e resultados (PLR) maior e simplificada, fim das metas abusivas, do assédio moral, e também, por melhores condições de trabalho e atendimento ao público.

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