Indignação e manifestação de repúdio contra as ações de centralização dos serviços do Banco do Brasil marcaram as atividades do Dia Nacional de Luta, em Porto Alegre, nesta quinta-feira, dia 2. Os bancários também se posicionaram contra a decisão do banco de transferir os serviços e os funcionários do Centro de Suporte Operacional (CSO) de Porto Alegre para Curitiba. O ato ocorreu das 12h às 14h, em frente ao prédio da Rua Uruguai, e encerrou com o tradicional salchipão distribuído aos participantes.
Além de funcionários do BB, estiveram presentes diretores do SindBancários, da Federação dos Bancários, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e os deputados estaduais Marisa Formulo (PT) e Adão Villaverde (PT).
Os problemas de lateralidade, o assédio moral, a implementação da plataforma USO e a extinção das plataformas CSO-Crédito em outras localidades também foram alvo dos protestos.
Manifestações
“Estamos aqui nesta atividade para demonstrar nossa insatisfação com as mudanças que estão sendo implementadas pelo banco e a ameaça de transferência de 150 funcionários do CSO POA, especialistas em suas áreas, para Curitiba. Exigimos respeito aos bancários de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul”, afirmou o diretor do SindBancários e funcionários do BB, Pedro Loss.
“O fechamento dessa unidade significa um ataque à sociedade, aos clientes e usuários, que terão mais dificuldades em acessar os serviços do BB, como o Pronaf. Com esta decisão, o banco provoca uma verdadeira desestrutura em centenas de famílias, num autêntico ataque aos funcionários da empresa”, acrescentou o diretor da Feeb-RS, Carlos Augusto Rocha.
O deputado Adão Villaverde (PT) levou seu apoio aos bancários e também repudiou as propostas de centralização que estão sendo implantadas. “O movimento que o BB está fazendo é equivocado. As medidas repercutem nos servidores, que serão afastados de suas cidades, e nos clientes, que estarão mais distantes do acesso aos serviços oferecidos pelo BB”, avaliou.
Celso Woyciechowski, presidente da CUT, também manifestou seu apoio aos bancários e repúdio contra as decisões que estão sendo implantadas pelo BB. “Além da solidariedade da Central, demonstramos nossa preocupação com o BB, que a cada dia se afasta de seu perfil público e deixa de prestar seus serviços ao desenvolvimento do Estado e da população. O Rio Grande não pode perder o CSO, que provocará prejuízos na agilidade ao atendimento dos serviços prestados pelo banco”, protestou o dirigente.
Para o diretor do SindBancários e funcionário do BB, Julio Cesar Vivian, a política de centralização do BB, também chamado de Pacote de Maldades, provoca uma transformação do perfil público para o privado. “O BB está deixando de fomentar o desenvolvimento da economia para adotar uma postura meramente comercial, que visa apenas o lucro. Queremos respeito com os trabalhadores, que prestam o atendimento à população. Basta dessa lógica e que o banco reassuma seu perfil público”, avaliou. “O BB é público no nome, pois na prática está se comportando como privado, visando apenas o lucro”, acrescentou o diretor Everton Gimenis.
A defesa na manutenção da BB público, forte, praticando taxas e tarifas compatíveis com o mercado, marcou a manifestação do diretor Financeiro do SindBancários. Tiago Vasconcellos Pedroso. “Com a mudança do CSO, o BB prejudica seus funcionários e a população, que passará a receber um atendimento desqualificado e distante. Queremos uma mudança do BB para atender não aos interesses de seus acionistas, mas um banco realmente voltaado ao Brasil”, apontou.
Avaliação
O diretor de Comunicação do SindBancários e funcionários do BB, Flávio José Pastoriz, disse que a manifestação alcançou seus objetivos, esclarecendo à população os problemas criados pelo BB e manifestando apoio aos empregados do BB. “Conseguimos reunir deputados, a CUT, os bancários, e os movimentos sociais na defesa da continuidade da plataforma Suporte Operacional Crédito em Porto Alegre”, avaliou.
Negociação
Nesta quinta e sexta-feira, dias 2 e 3, a Comissão de Empresa dos Empregados (CEE/BB) e a direção do BB estão reunidos em Brasília para discutir os principais problemas enfrentados e pressionar o banco nas negociação a respeito das mesas temáticas.
Além do CSO POA, na pauta constam os problemas de lateralidade, implementação da plataforma USO, assédio moral e a extinção das plataformas CSO-Crédito em outras cidades brasileiras. A Federação dos Bancários do RS, integrante da CEE, está presentes ao encontro, representada pelo diretor do Sindicato, Ronaldo Zeni.