O anúncio do fechamento da agência do HSBC no distrito da Posse, em Petrópolis (RJ), mobilizou a comunidade na última sexta-feira, dia 21. O Sindicato dos Bancários de Petrópolis fez uma manifestação durante todo o expediente bancário em frente à unidade, em protesto contra a atitude arbitrária do banco.
Com cerca de 3 mil correntistas, sendo 500 beneficiários do INSS, a agência é a única do distrito. Após o encerramento da unidade, as contas serão transferidas para a filial do banco em Itaipava, a cerca de 30 km, prejudicando o atendimento.
O protesto reuniu moradores e empresários locais, preocupados com a dificuldade que terão para realizar operações bancárias, já que nem sequer agência lotérica há no distrito.
Augusto Rickly, morador da Posse há 52 anos, é cliente da agência desde o início das operações, quando ainda era Bamerindus. “Eu sou o cliente número 25. Abri minha conta no mesmo dia em que a agência foi inaugurada. Agora, não sei como vou fazer”, reclama.
O fechamento da agência não prejudica só os clientes, mas toda a região. “Sem o banco, as transações comerciais vão ficar mais difíceis. Não haverá como descontar cheques, sacar dinheiro. Até a circulação de moeda ficará prejudicada”, alerta o vereador Anderson Juliano (PT).
O parlamentar, que é bancário por profissão, critica a facilidade de se fechar uma agência. “O banco está lá há 35 anos e agora, de repente, passou a não ser mais interessante manter a unidade? Não pode ser assim. Os bancos abrem agências onde e quando querem, não há exigências, ninguém regula nada. Parece até que botequim tem mais regulamentação que banco”, pondera.
Juliano informa que a Câmara Municipal vai tomar as atitudes que estão ao seu alcance para tentar impedir o fechamento. “Ainda esta semana vamos propor uma Moção de Repúdio ao fechamento da agência. Vou consultar meus pares e tenho certeza que todos os vereadores de Petrópolis vão considerar inaceitável esta atitude do HSBC”, anuncia.
Serviço público
O presidente do Sindicato, Luiz Claudio Rocha, também destaca que, desde que foi anunciado fechamento da unidade, tem sido difícil contatar o diretor regional do HSBC, Marcos Safadi. “Quando se reuniu com o Sindicato, ele disse que estaria à disposição, que ouviria as lideranças locais, mas isto não aconteceu. Temos tentado marcar com ele, mas não estamos conseguindo”, desabafou o dirigente sindical.
Luiz Claudio destaca que o distrito é carente de serviços e considera uma covardia o HSBC fechar a unidade. “Depois de operar e lucrar por 35 anos, o HSBC resolve, simplesmente, virar as costas para o bairro. E não estamos falando de um banco impecável, com serviço de primeira. Pelo contrário, faltam funcionários, as filas são demoradas, o atendimento não é como deveria ser. Não queremos apenas que a agência seja mantida. Reivindicamos também que passe a prestar um serviço eficiente aos moradores da região”, critica o sindicalista.
Ele também salienta que a existência de somente um banco privado no distrito não é o suficiente. “Já entramos em contato com a Caixa e com o BB, é importante que haja um banco público no local. Principalmente a Caixa, que presta serviços sociais importantes, como o do PIS/PASEP, Bolsa-Família, seguro-desemprego”, acrescenta.
Durante o ato, os diretores do Sindicato fizeram circular um abaixo-assinado para ser entregue à direção do HSBC e ao Banco Central, reivindicando a permanência da agência. A coleta de assinaturas continua ao longo de toda esta semana.
Estiveram presentes ao ato o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Almir Aguiar, o presidente da Associação de Moradores do Quarteirão Italiano, Carlos Vasconcellos, o presidente da Federação das Associações de Moradores de Petrópolis, Lenine Ribeiro, e o diretor da Fetraf-RJ/ES, Paulo de Tarso. Os vereadores Anderson Juliano (PT) e Ronaldo Ramos (PROS) também participaram da manifestação.