Protestos vão continuar enquanto banco seguir com dispensas
Os trabalhadores do Centro Administrativo Raposo Tavares (CA Raposo) interromperam suas atividades na manhã desta terça-feira 12, em São Paulo, para protestar contra a política de demissões em massa do Itaú. Segundo apuração do Sindicato, cerca de 20 funcionários da concentração foram dispensados nas últimas duas semanas.
A dirigente sindical Valeska Pincovai afirma que a direção do banco havia se comprometido a cessar com as demissões. “Quando questionamos a respeito, o banco disse que seriam somente na Atec e usaram o termo ‘reestruturação’ para justificá-la. Corte de postos de trabalho mudou de nome, mas essa justificativa não iremos aceitar.”
Nas últimas semanas, além das demissões no CA Raposo, pelo menos mais 19 trabalhadores foram desligados no CA Patriarca, de acordo com informações levantadas pelo Sindicato.
“Há denúncias em setores nos quais os bancários afirmam, inclusive, que há sobrecarga de trabalho, ou seja, não há motivo para essas dispensas”, pondera Valeska.
Na atividade desta terça feira, os dirigentes sindicais dialogaram com os funcionários do centro administrativo. “Explicamos que os trabalhadores precisam somar forças ao Sindicato e deixamos claro que não vamos tolerar a política de demissões imotivadas”, afirmou.
Lucro
Nos nove primeiros meses de 2013, o lucro líquido recorrente do Itaú alcançou a cifra de R$ 11,156 bilhões, resultado 5,8% maior do que o verificado no mesmo período de 2012.
“Para recompensar os trabalhadores, que são os principais responsáveis por esses números fabulosos, o banco demite chefes de família em plena época de Natal. Onde está a responsabilidade social?”, questiona a dirigente Valeska Pincovai.
O banco reduziu o número de trabalhadores de 104.022 em março de 2011 para 87.440 em setembro de 2013 – corte de 16.582 postos de trabalho no período.
“Com essa política, só a revista Exame consegue enxergar o Itaú como banco sustentável”, diz a dirigente, lembrando recente reportagem da publicação que enaltece o banco como instituição sustentável.
“Imagem de sustentabilidade é construída com respeito ao trabalhador e não com demissões. E enquanto isso acontecer, o Sindicato vai seguir paralisando as concentrações do banco”, promete Valeska.