Trabalhadores denunciaram jogo feio da rotatividade no banco
Os bancários de Piracicaba realizaram na manhã desta quarta-feira (23) manifestação em frente à agência do Itaú da Praça José Bonifácio contra as demissões que vêm ocorrendo desde 2008, quando houve a fusão Itaú Unibanco. Somente na base de região, 67 bancários foram dispensados, sendo 22 deles de janeiro a maio deste ano.
De acordo com o diretor do Sindicato dos Bancários de Piracicaba, Marcelo Abrahão, no primeiro trimestre o banco bateu outro recorde ao obter lucro líquido de R$ 3,4 bilhões. “No entanto, seguiu demitindo e ainda fechou 1.964 postos de trabalho, uma redução de 7,4% em relação ao mesmo período ano passado, o que acumula um corte de 7.728 vagas nos últimos 12 meses em todo o país.”
A diminuição dos postos de trabalho tem gerado filas nos caixas e o descontentamento de seus clientes. Por esta razão, o diretor do Sindicato, João Francisco Marchesini Eloy, alertou aos correntistas, que aguardavam a abertura da agência, para que façam a denúncia no Procon quando ficarem mais de 15 minutos na fila.
“Existe uma lei e ela precisa ser cumprida. É preciso ligar para denunciar, pois essa é uma forma de a população ajudar nossa categoria a colocar fim à política de demissões”, ressalta Eloy.
O diretor do Sindicato, Ubiratan Campos do Amaral, evidencia a precariedade no atendimento bancário, forçando os clientes a procurarem serviços terceirizados como casas lotéricas, autoatendimento e outros tipos de convênios. ”
“Essas ações levam o banqueiro a demitir ainda mais profissionais e aumentar o seu lucro. Em 2008 éramos 104 mil colaboradores, sendo que atualmente somos 96 mil. Somente no primeiro semestre de ano, o Itaú cresceu 15% a mais que o mesmo período de 2011”, enfatiza Amaral.
“Essa redução de postos de trabalho e da massa de salários comprova o jogo feio da rotatividade do Itaú. Em vez de dispensar trabalhadores, o banco deveria preservar os seus funcionários, criar empregos e contribuir para o crescimento econômico do país com desenvolvimento, distribuição de renda e inclusão social”, aponta Abrahão.
Além disso, a manifestação denunciou a rotatividade, o assédio moral, as metas abusivas, as condições precárias de saúde, segurança e trabalho, e a terceirização.