Bancários protestam contra assédio moral no Bradesco em Recife

O crescente número de denúncia de assédio moral nas unidades do Bradesco levou a direção do Sindicato dos Bancários de Pernambuco a realizar uma manifestação de protesto na agência Rua da Concórdia, no centro do Recife, na manhã desta quarta-feira (2).

Durante a atividade, os dirigentes sindicais utilizaram faixas e distribuíram uma cartas aberta à população na qual denunciaram a situação de pressão gerada pela falta de funcionários, metas abusivas e o ambiente de constante assédio moral a que são submetidos os trabalhadores do banco. Uma paródia da música “Ai se eu te pego”, de Michel Teló, deu um tom de humor à mobilização.

Funcionária do Bradesco, a secretária de Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues, denuncia que o assédio moral é uma prática de gestão que está sendo implementada há mais de 10 anos pelos bancos. “O Sindicato já realizou várias campanhas contra o assédio moral nos bancos, mas o problema continua. Essa prática abusiva contra o trabalhador tem acabado com a saúde física e mental dos bancários. Na maioria das vezes, o banco impõe metas abusivas e os trabalhadores têm que vender os produtos independentemente das condições que lhes são oferecidas para que eles realizem essas venda”, explica Suzineide.

A dirigente sindical diz que o Sindicato tem recebido muitas denúncias de assédio moral em várias agências do Bradesco. “Já entramos em contato com a diretoria do banco, que se comprometeu a advertir os assediadores. Mas nós queremos que o Bradesco faça uma reeducação com seus gestores, pois o assédio moral já está institucionalizado. Tem muito bancário doente, tomando remédio de tarja preta”, comenta Suzineide.

Apoio dos clientes

Além dos bancários, clientes e usuários também demostraram apoio à manifestação realizada pelo Sindicato. É o caso da pensionista Lindalva Aciole de Santana, que aproveitou a oportunidade para reclamar das altas tarifas cobradas pelo banco.

“Não entendo porque os bancos cobram tarifas tão caras. Tem coisas que eu nem sei o que estou pagando. Quanto procuro uma explicação, sempre me vêm com um “é assim mesmo”. Eu sou uma assalariada e meu dinheiro é pouco. Por isso, eu acho um absurdo pagar tanta tarifa”. reclama Lindalva.

Já o pastor evangélico Antônio Amâncio, cliente da agência Concórdia, não economizou palavras para criticar o Bradesco e o tratamento que ele dispensa aos seus funcionários e clientes . “Além de pagar baixos salários para os funcionários, os clientes têm de esperar o atendimento em filas enormes. Isso sem falar que eu tenho uma queixa-crime contra o banco, porque eles fizeram uma aplicação de uma certa quantia que estava na minha conta sem autorização. Me senti saqueado pelo banco. Esse banco é a pior instituição que tem no Brasil. Já constitui um advogado para entrar com uma causa na Justiça contra o Bradesco”, diz, indignado, o correntista.

Mais protestos

Após a atividade no interior da agência, os dirigentes do Sindicato se concentraram em frente à unidade e realizaram um ato público para denunciar à população todas as mazelas provocadas pelo Bradesco aos seus trabalhadores, clientes e usuários.

O secretário de Bancos Privados do Sindicato, Geraldo Times, conta que o ato foi realizado na agência Concórdia porque no prédio também funciona a Diretoria Regional do Bradesco. “A atividade foi muito boa, tivemos o apoio da população e dos funcionários que vieram conversar com a gente, confirmando que realmente a prática de assédio moral é constante dentro do Bradesco”, concluiu.

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