Na manhã de quinta-feira (29) foi realizada uma audiência no auditório João Batista, da Assembléia Legislativa do Pará, a pedido do deputado Estadual Carlos Bordalo (PT), para discutir a efetivação de leis de segurança em bancos e instituições financeiras que atuam no estado do Pará.
A reunião contou com a presença do Capitão do Batalhão da Polícia Ambiental, Valdemar Figueiredo; do promotor de justiça, Marco Aurélio Nascimento; do presidente do Sindicato dos Bancários , Alberto Cunha; e do diretor da Contraf-CUT, Antônio Pirotti. Representando os bancos estavam Jorge Almeida (BB), Jackson Ferreira (Caixa), Álvaro Fleury (Banco da Amazônia), João Scartizini (BB) e João Coelho (BB).
As leis estaduais 7.013/07 – que obriga a instalação de portas de segurança (giratórias) em todos os acessos destinados ao público, blindagem das portas e devida adequação das fachadas de vidro das agências – e a 7.117/08 – de monitoração e gravação eletrônica de imagens através de circuito fechado de televisão, de autoria do deputado Estadual Carlos Bordalo (PT), até hoje não estão sendo cumpridas pelos bancos presentes no Pará.
A argumentação por parte dos bancos para o não cumprimento das referidas leis estaduais são a quebra do padrão nacional de layout das agências e os custos para as adaptações exigidas, que seriam muito relevantes, apesar de ser de ciência pública que as empresas bancárias são as detentoras dos maiores lucros no país.
Durante a audiência, os representantes dos bancos chegaram a afirmar que, em muitos casos, a culpa pelos assaltos é do bancário. Exemplo disso foi a frase do coordenador de segurança do Banco da Amazônia: “o funcionário tem que estar atento para prevenir os assaltos”. Mas para o Sindicato, segurança nas agências para trabalhadores e clientes é responsabilidade do Banco, e não dos bancários.
Sugestões
Para garantir a efetivação das leis de segurança bancária, que estão em vigor, porém não são cumpridas, Carlos Bordalo sugeriu o mapeamento das áreas mais críticas, ou seja, aquelas onde a incidência de assaltos a banco é maior.
Além disso, o deputado vai pleitear ao Estado a regulamentação das leis, com a indicação da criação de órgãos estaduais que fiscalizem as leis, e a criação de Conselhos de Segurança Municipais que integre os órgãos de segurança, bancos e a sociedade civil de cada cidade, a fim de impedir os assaltos.
O presidente do Sindicato dos Bancários, Alberto Cunha, aprovou a realização da audiência e disse ser favorável a criação dos Conselhos, mas ressalta que o problema da insegurança bancária é maior no interior. “É necessário iniciarmos a implantação de blindagem nas portas das agências no interior do Estado, pois a ação dos bandidos nessas localidades tem se tornado cada vez mais violenta”.
Somente esse ano a Polícia Civil registrou 4 assaltos a banco. Destes, 3 foram no interior do Pará, nos municípios de Garrafão do Norte, Jacundá e Baião.