Os bancários participaram, em todas as regiões do país, do Dia Nacional de Mobilização e Luta por Emprego e Garantia de Direitos, organizado pela CUT e pelas demais centrais sindicais, na manhã desta terça-feira (16). Os trabalhadores realizaram paralisações em fábricas e atos diante das federações das indústrias nas capitais.
Na pauta, a defesa de direitos como a carteira assinada, da Previdência e o combate à terceirização sem limites. Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT, ressaltou que os sindicatos e federações dos bancários apoiaram ativamente e somaram a estas manifestações já dando visibilidade à Campanha Nacional, lançada esta semana. “Na entrega da nossa pauta de reivindicações já tínhamos alertado os banqueiros: sabemos da conjuntura e da instabilidade institucional do Brasil hoje mas lembramos, não fomos nós que criamos nenhuma crise. E não iremos pagar o pato. Mostramos nas ruas hoje esta disposição!”
Em São Paulo, a manifestação foi em frente a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), um dos símbolos do patronato e que luta pelo fim dos direitos trabalhistas, na avenida Paulista. Durante a luta contra o golpe, essa entidade ficou conhecida por espalhar pelo país patos de plástico numa tentativa de dizer que eles não querem pagar os impostos devidos.
Para Juvandia Moreira, vice-presidenta da Contraf-CUT e presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, é fundamental a unidade da classe trabalhadora neste momento. “O Brasil precisa que o trabalhador vá às ruas defender os seus direitos. Esse debate está sendo feito de norte a sul do país. É o debate de que nós não vamos pagar a conta. Neste momento da nossa Campanha Nacional, que movimenta mais de 500 mil bancários pelo Brasil inteiro. Os banqueiros sim têm de pagar, porque quem tem mais, tem que pagar mais. Essa conta que a gente tem de cobrar. Não pode jogar a conta para o trabalhador, com a reforma da previdência, um projeto de lei que impõe uma perda para as trabalhadoras e os trabalhadores de categorias que se organizaram, que lutaram a vida inteira para conquistar o que conquistaram. Nós temos que ter emprego e aumento real de salário. Nós não vamos aceitar nenhum direito a menos”, avisou.
Em Alagoas, cerca de mil pessoas reuniram-se no Centro de Estudos e Pesquisa Aplicada (Cepa), em Maceió, e seguiram em marcha até a Casa da Indústria para protestar contra o governo golpista de Temer.
Trabalhadores de diversos setores, servidores federais, urbanitários, petroleiros, juventude e trabalhadores do campo prostestam contra as medidas de austeridade do governo. O ato contou também com a participação das centrais sindicais e, ao final, simbolicamente devolveram o pato a seus donos, ao som de "Fora Temer".
Na Bahia, o ato aconteceu em frente à Federação das Indústrias de Salvador e, no Espírito Santo, os movimentos do campo se unificaram com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura e Sindicatos cutistas em uma jornada de luta com acampamento em Vitória.
O ato no Pará iniciou com café da manhã na Escadinha e agora percorre a avenida Presidente Vargas, em Belém, parando na frente das agências bancárias, Correios e INSS. Com a participação da CUT, CTB, Bancários, Correios, Sinpro, SindSaúde, Embrapa, Domésticas, Sepub e professores da rede federal.
Pernambuco teve duas atividades. Pela manhã, o ato foi na Petroquímica de Suape com a participação dos sindicatos dos Metalúrgicos, da Borracha, Sindicato dos Policiais Civis, FUP e Sindicato dos trabalhadores do setor Têxtil. Contra a privatização da Petrobrás e em preparação para a Greve Geral.
A seguir, os trabalhadores se integraram ao acampamento da Fetape na Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária, onde trabalhadores do campo se alojam para cobrar direitos.
No Paraná, o ato unificado com as demais centrais aconteceu na Praça Santos Andrade, em Curitiba. Já no Rio Grande do Sul, a mobilização aconteceu diante da FIERGS, a federação das indústrias local, em Porto Alegre.
A CUT-RS e as demais centrais sindicais fixaram uma placa para denunciar que "os mais de 11 milhões de desempregados do setor privado certamente gostariam da modernização das Leis Trabalhistas, pois seriam criadas novas vagas nas empresas".
No estado do Tocantins, o ato unificado com as demais centrais sindicais aconteceu na Avenida Juscelino Kubitschek, em Palmas, próximo ao Colégio São Francisco.