O 1º de Maio de Resistência tomou as ruas do Brasil. Trabalhadores de várias categorias mobilizaram-se em defesa da democracia e contra o retrocesso. Na cidade São Paulo, o Dia do Trabalho, organizado pela CUT, com a presença da presidenta Dilma Rousseff, reuniu mais de 100 mil pessoas no Vale do Anhangabaú. Em seu discurso, a presidenta disse que resistirá "até o fim" e que a oposição impediu o país de combater a crise e o desemprego. Confirmou o reajuste no Bolsa Família, de 9% em média, e na tabela do Imposto de Renda (5% a partir do ano que vem). Dilma reafirmou estar sendo vítima de um golpe e que lutará em defesa do mandato.
Para o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, foi um dia histórico, em que movimentos sociais, partidos, centrais sindicais, sindicatos, federações e milhares de trabalhadores e trabalhadoras, reafirmaram que não vai ter golpe.
“Gostei muito da fala da presidenta Dilma, ela está serena, disse para todo mundo que não tem conta na Suíça, como tantos outros. Não tem nenhuma acusação de ter se locupletado com dinheiro público ou privado, não é corrupta e vem governando não só para os trabalhadores pobres, mas também para toda a sociedade”, ressaltou Roberto von der Osten.
Ameaça da privatização
Para embelezar o golpe, desta vez dão-lhe o nome de Ponte para o Futuro, projeto de governo de Michel Temer, que inclui concessões, privatizações e terceirizações, sendo liderado pelos ex-ministros Moreira Franco e José Serra. Durante as mobilizações do 1º de Maio, em entrevista à Rádio Contraf-CUT, Roberto von der Osten, destacou a preocupação dos trabalhadores com o tema.
“No programa Ponte para o Futuro está explícito a privatização do que for necessário. Significa aprovar o antigo PL 4918, o Estatuto das Estatais, o qual vai obrigar a privatizar todas as empresas públicas, incluindo Banco do Brasil e Caixa. Nós temos que alertar os trabalhadores, é nossa obrigação dizer isso para os bancários”, afirmou o presidente da Contraf-CUT.
Comitês de Resistência
As federações e Sindicatos filiados à Contraf-CUT estão organizando Comitês de Base de Resistência para dialogar com a categoria sobre as ameaças ao emprego e direitos dos trabalhadores num possível governo de Michel Temer.
“A Contraf-CUT chamou o Comando Nacional dos Bancários no último dia 25, onde apontamos que os Sindicatos e Federações iriam construir esse 1º de maio com resistência e luta. A mobilização da nossa categoria foi maciça. Acompanhamos, também, nas redes sociais uma grande participação. Os nossos comitês serão ferramentas importantes nesta batalha contra os golpistas, que não conseguiram ganhar no voto e agora buscam um atalho para colocar em prática o projeto construído junto com a elite empresarial, setores conservadores e facistas”, destacou.
10 de maio
A CUT convocou para 10 de maio um Dia Nacional de Luta contra o Golpe e em Defesa de Direitos. A ideia é unificar os trabalhadores dos setores público e privado para derrubar o impeachment. A Contraf-CUT também chama os bancários a participarem do atos em todo o Brasil.
“Será um dia de paralisações e mobilizações. Para que a categoria bancária e todos os trabalhadores expressem o que pensam sobre a conjuntura atual, mesmo os que apoiam Temer e Cunha. Eu fico pensando nas pessoas de bem que eu conheço, e não posso acreditar que vão compactuar com o crime de tirar uma pessoa honesta do poder e colocar duas figuras imorais no lugar, que estão querendo aplicar um golpe em toda a sociedade brasileira. Continuaremos afirmando, não vai ter golpe, vai ter luta”, concluiu Roberto von der Osten.