Os trabalhadores paralisaram, nesta terça-feira, 1 de fevereiro, as duas agências do Santander em Catanduva para protestar contra o autoritarismo do banco espanhol.
A instituição financeira quer que seus funcionários engulam uma eleição antidemocrática – muito semelhante aos famigerados colégios eleitorais da época da ditadura – para os Conselhos Deliberativo e Fiscal do SantanderPrevi, sucessor do fundo de pensão HolandaPrevi.
Diretores do Sindicato estão desde as 8h em frente às agências, distribuindo panfletos aos funcionários e clientes do banco. A paralisação deverá durar até meio-dia.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva, Amarildo Davoli, fez questão de frisar que a atividade não tem por objetivo prejudicar a população, mas sim chamar o banco à negociação.
“Sempre estivemos abertos ao diálogo. O problema é que o Santander não se mostra disposto a conversar com o movimento sindical. Diante de tamanha intransigência, o protesto é a única forma de preservar os direitos dos trabalhadores”, afirma Amarildo.
Entenda o problema
Com dezenas de milhares de associados em todo o Brasil, o SantanderPrevi é sucessor do fundo de previdência complementar HolandaPrevi, do extinto banco Real, hoje incorporado ao Santander.
Desde julho do ano passado, o movimento sindical cobra do banco espanhol informações a respeito das eleições para a direção do fundo de pensão. Mas, numa atitude de desprezo em relação aos funcionários brasileiros e seus representantes, a direção do Santander se negou a fornecer qualquer resposta.
Semana passada, porém, os sindicatos foram surpreendidos por um comunicado interno do banco, informando a respeito da votação para escolha dos membros do Conselho Deliberativo e Fiscal do SantanderPrevi.
A informação revoltou os trabalhadores, pois ficou claro que o Santander decidiu a questão de forma unilateral, sem consultar a opinião de seus empregados.
O Sindicato não reconhece a validade dessas eleições mascaradas, propostas pelo banco espanhol. A entidade reafirma que, no seu entendimento, o Santander agiu de forma pouco transparente, ao não comunicar as entidades dos trabalhadores sobre o pleito e ao não ter sequer a decência de divulgar o edital de convocação do processo eleitoral.