Bancários param Santander e cobram fim das demissões em São Paulo

Trabalhadores protestam contra irresponsabilidade do banco espanhol

Dezessete agências do Santander nas regiões da Paulista e do centro de São Paulo estão com as atividades paralisadas nesta terça-feira (4) em protesto contra as demissões em massa iniciadas pelo banco espanhol na semana passada.

As primeiras dispensas ocorreram na quinta (22), atingindo 40 trabalhadores da Torre. Na segunda (3), levantamento de dirigentes sindicais apontou que pelo menos mil funcionários foram demitidos em todo o país. No entanto, os cortes podem chegar a cinco mil empregados até a próxima sexta 7.

“É inadmissível que o país responsável por 26% do resultado global do grupo espanhol tenha demissões sem nenhuma explicação. Não vamos admitir que o banco faça esses cortes, tirando de seu quadro funcionários que estão para se aposentar, com a finalidade de reduzir seus gastos com pessoal”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato.

Lucro

Nos primeiros nove meses do ano, o banco apresentou Lucro Líquido Gerencial de R$ 4,731 bilhões, 26% do resultado global do grupo espanhol. Sua carteira de crédito atingiu o patamar de R$ 207,334 bilhões, com crescimento de 10,1% em doze meses e 0,8% no trimestre.

“O banco não demite na Espanha, onde há crise, nem em outros países da América Latina. Não aceitamos que dispensem os funcionários daqui”, diz a diretora executiva do Sindicato Maria Rosani, acrescentando que entre os dispensados estão empregados com mais de vinte anos de banco e até pessoas com deficiência.

“Trabalhadores que dedicaram uma vida inteira à instituição financeira não podem ser descartados dessa forma. Além disso, essas dispensas só podem estar ocorrendo para que o banco economize com os funcionários e amplie suas remessas à Espanha”, aponta.

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