Bancários param Santander Cultural contra demisões em Porto Alegre

Símbolo da cultura e maldades do banco ficou fechado por cinco horas

Cada vez que o Santander demite, sua estratégia nociva de gestão fica exposta em praça pública em Porto Alegre. Foi assim na terça-feira, dia 21, quando o símbolo da cultura e das maldades do banco ficou fechado por cinco horas.

Como se não bastasse o assédio moral, a pressão por metas abusivas e as demissões, o Santander tem mostrado publicamente que não tolera direito à manifestação. Na terça-feira, mais uma vez acionou advogados, agentes de segurança privados e a Brigada Militar para tentar dissolver a paralisação.

O argumento legal é que a manifestação pública dos bancários estaria lesando o direito de ir e vir de funcionários que querem trabalhar. E o direito de manifestação?

A paralisação começou por volta das 7h30. Às 10h, a pressão do banco se intensificou. Primeiro, um brigadiano chegou numa porta lateral e invocou o direito de ir e vir dos funcionários. Depois, um advogado e uma funcionária começaram a fazer pressão para que as portas fossem abertas. Diziam que todos os funcionários queriam entrar. Uma discussão se instalou numa porta lateral do prédio do Santander Cultural.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e funcionário do Santander, Mauro Salles, referiu que o banco usa as forças de segurança pública para esconder os danos que causa aos seus funcionários. “Temos um grupo no SindBancários o GAS (Grupo de Ação Solidária) que fornece suporte psicológico a bancários e bancárias que têm problemas de saúde física e mental por causa da violência institucional. O Santander é um dos bancos que mais adoece as pessoas. Temos revertido muitas demissões em razão da inaptidão”, explica Mauro.

“Não existe manifestação que não traga problemas. Isso é em todo o mundo. Vocês estão falando em direito de ir e vir e nós temos direito de nos manifestar”, defendeu o diretor do SindBancários, Paulo Stekel, que também é funcionários do Santander, na reunião improvisada com brigadianos e chefes de setor do banco.

O diretor do Sindicato, Ronaldo de Brum, que é igualmente funcionário do banco, explicou que as paralisações nas últimas três semanas se intensificaram porque o banco se nega a negociar o fim das demissões imotivadas.

“O banco não tem problema financeiro e está com falta de funcionários em várias agências. Quem perde são os colegas que estão trabalhando por dois ou três e ainda sendo pressionados a cumprir metas ou serão demitidos. Os clientes do banco também são prejudicados”, explicou Ronaldo.

“Advogados, Brigada Militar e diretores do banco, que querem trabalhar, pressionam dizendo que todo mundo quer entrar. Mas isso não é verdade”, disse a diretora do SindBancários, Natalina Gue.

Por volta das 11h, os dirigentes sindicais entraram em acordo com a Brigada Militar e advogados do Santander. As portas do prédio símbolo da cultura e do assédio moral em Porto Alegre, então, foram abertas às 12h30. O objetivo dos trabalhadores havia sido atingido.

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