Bancários param avenida em Belém para pedir mais segurança nos bancos

Trabalhadores fecham Avenida Presidente Vargas por 15 minutos

O grito foi de basta e fez parar, por pelo menos 15 minutos, a Avenida Presidente Vargas no final da manhã da última sexta-feira (13), em Belém.

“Exigimos que o governo do Pará dê um basta em tanta insegurança pública, e os bancos, na insegurança bancária, através de medidas eficazes. A violência dentro e fora das agências bancárias está insustentável. O crime organizado cresce e junto com a inoperância e omissão do Estado faz de nós cidadãos reféns, isso quando não tira vidas, como a da adolescente de 14 anos durante assalto ao BB de São Geraldo do Araguaia e por pouco de um dos nossos colegas do Banco da Amazônia, vítima de saidinha bancária ontem aqui na capital”, destacou o diretor de saúde do Sindicato dos Bancários do Pará, Gilmar Santos.

O ato público foi chamado pelos colegas de trabalho do bancário Olavo Rocha, da GEPROT do Banco da Amazônia. Eles pediram o apoio do Sindicato dos Bancários, que compareceu à matriz do banco para fortalecer a manifestação.

Olavo foi atingido por um tiro no peito durante uma tentativa de saidinha bancária no final da tarde de quinta-feira (12) quando saía do Itaú da Presidente Vargas.

“Felizmente nosso colega não corre mais risco de morte, mas foi por pouco. Essa situação é revoltante, nem fora e nem dentro do local de trabalho e das nossas casas estamos seguros, e interrompemos alguns minutos do nosso trabalho para pedir por mais segurança e nos solidarizar pelo Olavo”, desabafa um bancário que preferiu não se identificar.

Mas a onda de violência contra bancários, clientes e usuários no Pará começou na madrugada do último domingo durante explosão da agência do Banco do Brasil em São Geraldo do Araguaia, sudeste paraense. Uma adolescente de 14 anos que passava pelo local foi morta. Três dias depois foi a vez do Banco da Amazônia de Rurópolis, região Oeste, ser alvo de criminosos que atiraram contra a agência e na fuga, além do dinheiro, levaram clientes, bancários e vigilantes da unidade como reféns.

Na quinta-feira, duas ocorrências foram registradas no mesmo dia. Uma no Banco do Brasil de Baião que teve o cofre explodido, mas nada foi levado porque desde o último assalto em setembro do ano passado a agência deixou de operar com numerário; e a outra no Banco da Amazônia de Canaã dos Carajás. Um casal de bancários da agência foi vítima do crime conhecido como sapatinho.

“A sociedade paraense e a categoria bancária exigem uma resposta concreta, capaz de garantir segurança e dignidade a população. Todos esses fatos mostram o tamanho da gravidade da nossa triste realidade aqui no Pará. Os trabalhadores bancários são vítimas diárias da violência que impera em nosso Estado. E por outro lado, os banqueiros e o governo do Pará ficam calados e de braços cruzados diante dos fatos”, questionou o vice-presidente da Fetec-CUT/CN, Sérgio Trindade.

“Reiteramos publicamente nossa reivindicação de retomada do Grupo de Trabalho de segurança bancária, com a participação do governo e representantes de órgãos públicos, juntamente com os setores de inteligência policial e dos bancos, os representantes dos trabalhadores bancários, vigilantes e de transporte de valores, para construirmos coletivamente soluções eficientes para combater a violência bancária em nosso Estado”, ressaltou o diretor jurídico do Sindicato, Cristiano Moreno.

Mais um caso

No início da manhã de sexta-feira (13) houve tentativa de assalto ao Banco da Amazônia em Eldorado dos Carajás. A polícia foi acionada e chegou a tempo de impedir o arrombamento.

Um dos assaltantes foi preso, os demais fugiram. Com isso sobe para 10 o número de ocorrências de violência contra bancos no Pará em 2015, sendo 5 assaltos consumados e 5 tentativas.

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