Os bancários de Recife paralisaram nesta terça-feira, dia 10, duas agências do Itaú na Avenida Conselheiro Aguiar, em Boa Viagem. Nos últimos 15 meses, o banco patrocinador da Copa fechou 3.500 postos de trabalho, apesar do estrondoso lucro de R$ 15,8 bilhões em 2013 – o dobro do que o Brasil investiu desde 2007 para construir e reformar os estádios para a Copa.
“Na propaganda, o Itaú fala em jogar juntos. Mas, na realidade, joga contra o Brasil: contra o emprego, contra a segurança, contra os bancários e contra os clientes”, critica o diretor do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Onésimo Reinaux.
Logo no início da manhã, diretores do Sindicato foram para as agências, onde recebiam os trabalhadores e conversavam sobre os motivos do protesto. A atividade fez parte do Dia Nacional de Luta dos Trabalhadores do Itaú.
Em vários estados do país, os bancários da empresa realizaram manifestações para exigir emprego e melhores condições de trabalho. Só nos três primeiros meses deste ano, o Itaú cortou 733 postos de trabalho, totalizando 2.759 vagas a menos nos últimos 12 meses.
Insegurança
Outro alvo de críticas foi o modelo de agências de negócios. Nessas unidades, há bancários trabalhando, caixas eletrônicos em operação, mas não existem equipamentos de segurança. A Contraf-CUT já cobrou o fim desse modelo inseguro e denunciou a iniciativa ao Ministério da Justiça e à Polícia Federal.
As agências de negócios vão de encontro à lei federal nº 7.102/83, na medida em que a existência de caixas eletrônicos, onde ocorrem operações de abastecimento e saques em dinheiro, significa movimentação de numerário e impõe cumprimento de medidas de segurança.
Horário estendido
Os bancários também criticaram a implantação do horário estendido no Itaú. “Essas duas agências, por exemplo, funcionam até as 19 horas. No entanto, não são contratados novos trabalhadores. Ou seja, o bancário tem sua vida pessoal sacrificada e ainda fica mais vulnerável à insegurança, já que o Itaú é o único banco que está aberto nesse horário”, explica o secretário de Formação do Sindicato, João Rufino.
Segundo o dirigente sindical, o horário estendido também desrespeita e discrimina a população, já que, depois das 16 horas, apenas os clientes são atendidos.
Glória Pinto, cliente do Itaú, era uma das que só tinham queixas do banco que se vangloria de patrocinar a Copa do Mundo: “É um banco que só tem nome e muito dinheiro. Mas não faz nada pelos clientes. Isso me revolta!”, desabafou.