Protesto contra demissões de trabalhadores
Os bancários do Itaú Unibanco paralisaram nesta terça-feira, dia 12, sete agências do banco em Belo Horizonte em protesto contra as demissões, a rotatividade e a desvalorização dos funcionários, enquanto paga milhões de reais para o alto escalão.
Durante a paralisação, os bancários denunciaram que a campanha de marketing “Vamos jogar bola” esconde a verdadeira face do banco, já que quem vê a propaganda do banco não imagina a dura realidade vivida pelos bancários.
Os bancários ainda distribuíram jornal específico para bancários e clientes, mostrando o descaso do banco privado com o emprego e com a melhoria do atendimento ao público.
Corte de 7.728 empregos em um ano
Mesmo com o lucro líquido de R$ 3,4 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o Itaú fechou 964 postos de trabalho, uma redução de 7,4% em relação ao mesmo período de 2011, o que acumula um corte de 7.728 vagas nos últimos 12 meses. Uma vergonha para a instituição financeira que mais lucra no Brasil.
As demissões revelam a política antissocial e perversa de rotatividade do banco, já que o Itáu manda embora funcionários antigos com salários maiores e contrata novos pagando menos.
Segundo a Pesquisa do Emprego Bancário, feita pela Contraf-CUT e Dieese, com dados do Caged, a remuneração média dos admitidos foi de R$ 2.430,57 em 2011, enquanto que a dos desligados foi de R$ 4.110,26, uma diferença de 40,87%. No ano anterior, a diferença era de 37,60%. Só quem ganha com a rotatividade é o banco e quem perde são os bancários e a sociedade brasileira.
Diretor do Itaú ganha 280 vezes a mais do que quem recebe piso
Enquanto pratica demissões em massa, o Itaú pagou R$ 7,45 milhões por diretor em 2011. Com isso, a instituição é o único banco que aparece na lista das dez empresas com maior gasto médio por diretor, conforme levantamento do jornal Valor Econômico publicado no dia 31 de maio. O ranking foi feito com os maiores gastos médios dentro de cada diretoria, com base na documentação apresentada por 206 companhias abertas brasileiras junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Essa imensa remuneração anual de um diretor do Itaú supera 208 vezes o ganho de um bancário que recebeu ao longo do ano passado o piso da categoria, segundo cálculo do Dieese. Os dados revelam a falta de responsabilidade social e de compromisso do Itaú com o desenvolvimento econômico com distribuição de renda e inclusão social do país.
Para o funcionário do Itaú Unibanco e diretor do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte, Ramon Silva, as paralisações foram uma reação dos funcionários contra a política de demissão em massa e rotatividade do banco.
“O Sindicato repudia veementemente essa ação desumana do Itaú Unibanco que não leva em consideração toda uma história dedicação do funcionário ao banco que depois é descartado como um papel no lixo”, afirmou.