Mobilização contra novos horários sem negociação e sem novas contratações
Para protestar contra a imposição de um horário de funcionamento estendido nas agências do Itaú localizadas em nove shoppings da cidade do Rio de Janeiro, os bancários dessas unidades suspenderam suas atividades por 24 horas, na quinta-feira (13). A paralisação foi ainda um protesto contra as demissões em massa que vem acontecendo em todo o país e que, em um ano e meio, já chegam a cerca de 14 mil.
O movimento teve adesão de 100%. Para a vice-presidente do Sindicato, Adriana Nalesso, um claro sinal de que a revolta é geral é que os prejuízos causados pelo horário de meio-dia às 20 horas são inúmeros para os bancários.
“A mudança foi imposta em agosto, sem qualquer negociação com o movimento sindical, reduzindo o tempo de lazer, de descanso, de convívio com a família, de estudo e ainda trazendo sérios problemas de segurança, já que o expediente vai até a noite”, frisou.
Ela acrescentou que, ao não realizar novas contratações para o novo horário, o Itaú impõe uma sobrecarga de trabalho que adoece os bancários. Do meio-dia às 17h, essas agências atendem o público em geral e das 17h às 20h, apenas os clientes. O horário normal era das 10h às 16h.
A paralisação teve o apoio dos clientes que se surpreenderam com a denúncia exposta nos cartazes do Sindicato sobre as milhares de demissões no Itaú, mesmo com os lucros bilionários.
Protestos vão continuar
Adriana advertiu que os protestos não vão parar por aí. Pelo contrário, vão se intensificar até que o banco entenda que é preciso negociar.
Paralisações e outros tipos de protestos contra o horário estendido (que vem sendo imposto também nas agências da Avenida Rio Branco, Tijuca e Copacabana) estão acontecendo em várias cidades do país.
O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, avaliou que as mobilizações tendem a crescer nacionalmente caso o banco mantenha a posição intransigente que tem mostrado nas negociações, de continuar com o horário maior, porém sem novas contratações. Ele acrescentou que as entidades sindicais têm todo o interesse em atender da melhor forma os clientes, inclusive defendem horário de 9h às 17h com dois turnos de trabalho.
“Mas isto não pode ser feito da forma como o Itaú está fazendo, sem contratar mais funcionários, gerando sobrecarga de trabalho e outros prejuízos para a vida dos bancários”, argumentou Cordeiro.