Novo modelo de atendimento do banco traz insegurança e exclusão de clientes
Há quase uma semana, o Itaú inaugurou uma nova agência de negócios no centro de Belém. O que deveria ser sinônimo de geração de empregos e serviços à população é, na verdade, retrato de insegurança e perigo, o que levou os bancários a fechar a unidade na terça-feira (1º) por 24 horas.
“Desde quando o Itaú abriu, a agência não possui porta de segurança e muito menos vigilantes, ou seja, bancários e clientes contam com a própria sorte para não serem vítimas da insegurança, nesse caso, pública e privada”, destacou o diretor do Sindicato dos Bancários do Pará, que também é funcionário do Itaú, Victor Araújo.
Sem vigilantes e porta giratória
Desde 1983 existe a lei federal nº 7.102/83 que determina os itens de segurança que um estabelecimento financeiro deve ter:
Art. 1º – É vedado o funcionamento de qualquer estabelecimento financeiro onde haja guarda de valores ou movimentação de numerário, que não possua sistema de segurança com parecer favorável à sua aprovação, elaborado pelo Ministério da Justiça, na forma desta lei.
Parágrafo 1º – Os estabelecimentos financeiros referidos neste artigo compreendem bancos oficiais ou privados, caixas econômicas, sociedades de crédito, associações de poupança, suas agências, postos de atendimento, subagências e seções, assim como as cooperativas singulares de crédito e suas respectivas dependências.
“Ao invés de melhorar a estrutura e os serviços oferecidos à população, o Itaú piora ao reformular o modelo de suas novas agências, onde busca diminuir os custos, enxugando o quadro de funcionários e sobrecarregando os trabalhadores restantes para aumentar ainda mais os lucros, retirando investimentos na segurança de seus clientes e usuários. Não podemos esperar que um assalto ocorra para o Itaú instalar porta giratória e contratar vigilantes”, afirmou o diretor de bancos privados do Sindicato e funcionário do Bradesco, Saulo Araújo.
Agência excludente
Esse novo modelo de agências do Itaú não possui bateria de caixas, exclui correntistas de baixa renda e também não atende quem não tem conta no banco. Esses clientes e usuários são direcionados, através de um papel anexado na porta principal, para unidades próximas se precisarem de determinados serviços.
“O Itaú precisa deixar de enxergar pessoas, sejam bancários, clientes e usuários, como despesas, e proporcionar a todas essas pessoas melhores condições de trabalho, atendimento e mais segurança em qualquer uma de suas unidades. Essa nova agência está localizada em um local de alto risco em Belém, trabalha com numerário já que possui caixas eletrônicos e várias transações bancárias são feitas internamente”, ressaltou o diretor do Sindicato e funcionário do banco, Sandro Mattos.
O Sindicato vai denunciar o caso ao Ministério Público do Pará e à Polícia Federal.