Bancários param 60 agências do Itaú contra demissões no Rio Grande do Sul

Paralisação dos bancários em Passo Fundo

O frio não intimidou os bancários do Rio Grande do Sul que deram um recado forte nesta terça-feira (12) ao Itaú: chega de bola nas costas. Desde o início da manhã, mais de 60 agências do banco permaneceram fechadas no Estado, aderindo à mobilização do Dia Nacional de Luta contra as demissões no Itaú, convocado pela Contraf-CUT, federações e sindicatos.

Em Porto Alegre, os bancários paralisaram o atendimento em 52 unidades. Já no interior do Estado, segundo informações enviadas à Fetrafi/RS até as 14h30, houve paralisações em Passo Fundo (3); Vale do Paranhana (3); Pelotas (1), Erechim (2) e Rio Grande (1). Vários sindicatos informaram à Fetrafi-RS que fizeram panfletagens nos locais de trabalho.

As atividades fazem parte de um amplo movimento pela melhoria das condições de trabalho no Itaú, que ocorre em todo país. Os bancários protestam contra as demissões, a desvalorização dos funcionários e a discrepância entre os altos salários dos executivos do banco e os baixos salários dos bancários.

Com o trocadilho: “Jogada Desleal. Itaú, feito para demitir”, os bancários criticam a propaganda oficial do banco que usa o slogan: ” Vamos jogar bola”. A maior crítica dos trabalhadores visa frear o processo de demissões, que gera rotatividade, sobrecarga de trabalho, desvio de função e assédio moral.

Os bancários também exigem um tratamento digno, em condição de igualdade aos executivos do Itaú. Enquanto pratica demissões em massa, o Itaú pagou R$ 7,45 milhões por diretor em 2011. Na prática, um diretor do banco recebe 280 vezes mais do que o piso pago aos bancários.

Em contraste com o lucro líquido de R$ 3,4 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o Itaú fechou 1.964 postos de trabalho, uma redução de 7,4% em relação ao mesmo período de 2011, o que acumula um corte de 7.728 vagas nos últimos 12 meses.

“Não há campanha de marketing que possa esconder a face perversa do Itaú. As paralisações refletem a indignação dos trabalhadores do banco, que já não suportam o clima de insegurança no emprego e a sobrecarga de trabalho”, destaca o representante dos bancários gaúchos na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú e diretor do Sindicato dos Bancários de Passo Fundo, Carlos Henrique Niederauer.

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