Mesmo dia em que o Comando Nacional dos Bancários senta à mesa com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para a 9ª rodada de negociação, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco paralisou por duas horas (10h às 12h) 16 agências bancárias no Recife e uma no Interior. A ação de protesto contra a intransigência dos banqueiros, que não atenderam às reivindicações pautadas na Campanha Nacional Unificada 2018, também contou com a realização de um ato público em frente ao Banco do Brasil – prédio Capiba, no centro da cidade.
As agências da Caixa Econômica Federal (Avenida Caxangá e São José do Egito), Banco do Brasil (Benfica, Caxangá, Iputinga e Av. Rio Branco), Bradesco (Iputinga, Caxangá, Cordeiro e Madalena), Santander (Caxangá e Iputinga) e Itaú (Cordeiro, Caxangá, Nova Caxangá, Iputinga e Madalena) ficaram fechadas das 10h ao meio-dia.
“A Fenaban apresentou uma proposta com retirada de direitos e isso nós não podemos aceitar. Um dos principais retrocessos é o não pagamento da PLR para mulheres em licença-maternidade. Além de não garantirem esses direitos que estão assegurados na nossa Convenção Coletiva de Trabalho, só nos ofereceram na pauta econômica a reposição da inflação mais 0,5%. Por isso, os bancários de Pernambuco decretaram estado de greve e estão em mobilização permanente. Não é bater a meta que vai garantir nosso emprego e sim a luta e por isso estamos aqui”, afirma a secretária-Geral do Sindicato, Sandra Trajano.
Conscientes que a categoria poderá perder todos os direitos no próximo dia 31 de agosto, o corpo funcional do BB aderiu à mobilização. Cerca de cem funcionários se reuniram em frente ao edifício Capiba, prédio onde funciona a Superintendência do BB em Pernambuco, para participar do protesto.
Na ocasião, o funcionário do BB, Diogo Lessa destacou a construção de um arcabouço jurídico no País que oprime e retira direitos da classe trabalhadora. “Com a lei da terceirização, por exemplo, a empresa contratante que no nosso caso é o BB não se responsabiliza pelo salário e pela saúde desses trabalhadores terceirizados que estarão fazendo o trabalho bancário. E o alto índice de desemprego faz com que os trabalhadores se submetam a essas relações. Porque nós só temos a nossa força de trabalho. Não somos especuladores e não detemos os meios sociais de produção de riqueza. Apesar de sermos nós, classe trabalhadora, que produz toda a riqueza desse País. Somos nós que há duzentos anos construímos essa empresa (BB), não são os donos de banco ”.
Nas unidades bancárias públicas e privadas localizadas na Avenida Caxangá, Zona Oeste do Recife, os dirigentes realizaram reuniões com os bancários e esclareceram a população sobre os motivos da paralisação.
A secretária de Bancos Públicos, Cândida Fernandes, ressaltou a importância da luta do Sindicato contra os abusos da Fenaban nas rodadas de negociações. “Esta atividade de hoje, retardando o atendimento das agências é mais uma do calendário de ações da nossa Campanha. A categoria bancária mostrou que está disposta a fortalecer a luta e não deixar que o golpe nos prejudique ainda mais”, conclui Cândida Fernandes.