Os funcionários de agências do Itaú estão insatisfeitos. Não faltam motivos, mas o que mais agrava a rotina é a cobrança exacerbada para o cumprimento de metas. Até mesmo os caixas, responsáveis pelo atendimento à população, estão sendo pressionados para vender produtos.
Para chamar a atenção da população para o problema que atinge não só bancários, mas também os clientes, o Sindicato dos Bancários de São Paulo lançou nesta quinta-feira (18) campanha pela valorização dos funcionários do Itaú. No centro velho, nove agências foram paralisadas.
“A população reclama quando dá de cara com a porta fechada, mas muda de opinião e concorda com os protestos assim que explicamos os motivos. Logo as pessoas se lembram das filas que enfrentam para atendimento nos caixas, da oferta de produtos e também da dificuldade para cancelar qualquer serviço contratado”, explica a dirigente sindical Márcia Basqueira, em frente à agência da Rua Boa Vista, uma das que foram fechadas na quinta 18.
Também foram paralisadas as unidades das ruas Riachuelo, 25 de Março, Líbero Badaró, Direita, 15 de Novembro, Boa Vista, São Bento e praças Patriarca e João Mendes. “Vamos ampliar a mobilização para que bancários e clientes de outras regiões possam fortalecer essa luta”, ressalta a dirigente sindical Valeska Pincovai.
Chega, Itaú
O foco da campanha promovida pelo Sindicato, em parceria com a Contraf-CUT, é em mais contratações e fim das demissões. Também são reivindicados o fim das metas para caixas, Agir para todos sem discriminação, com regras claras, simples e alcançáveis, além do fim do horário estendido.
Outra importante reclamação dos funcionários é em relação à pressão por metas. No segmento empresa, bancários denunciaram o sofrimento de quem vai sair ou já saiu de férias e é pressionado para cumprir a meta em apenas dez dias.
Esse bancário é você?
O mote “Esse Cara Sou Eu” foi inspirado na música de Roberto Carlos. Os problemas vividos pelos trabalhadores do Itaú rendeu a um talentoso e criativo bancário, que terá sua identidade preservada, letra parodiando o sucesso de artista.
A música, gravada pelo Sindicato, chamou a atenção da população no centro de São Paulo durante os protestos e foi elogiada por bancários. Segundo a dirigente Márcia Basqueira, muitos funcionários pegaram o jornal específico sobre os trabalhadores do Itaú depois que ouviram a música.