Trabalhadores participaram do Dia Nacional de Luta
Contra o horário estendido das agências do Itaú em todo o país, os bancários e bancárias do Distrito Federal paralisaram, nesta quarta-feira (5), as 11 unidades da região com horário diferenciado. A atividade, que contou com intensa participação dos trabalhadores e o apoio do Sindicato dos Bancários de Brasília, integra o Dia Nacional de Luta.
A implantação do horário estendido feita pelo Itaú em 450 agências em todo o país tem sobrecarregado os funcionários e causado consequências diretas no emprego, jornada, organização do trabalho e principalmente na qualidade de vida dos trabalhadores, fragilizando a segurança dos bancários, clientes e usuários.
Mesmo com o lucro extraordinário de R$ 10,102 bilhões somente entre os meses de janeiro e setembro de 2012, o Itaú demitiu 13 mil funcionários nos últimos 18 meses em todo o país, sem fazer novas contratações, não investe em segurança, sobrecarrega bancários e ainda discrimina os não correntistas das agências que funcionam com horário estendido.
Para piorar, o Itaú estendeu o horário das agências de forma unilateral, sem contratar mais funcionários, e ainda está discriminando os não correntistas do banco, ao permitir somente os clientes utilizarem as agências com horário especial, o que é proibido pelo Banco Central.
Desde agosto, o Itaú mudou o horário de atendimento de inúmeras agências, com abertura a partir das 9h e fechamento até as 20h. A maior parte das unidades está localizada em shoppings e corredores mais movimentados de grandes cidades. O objetivo do banco é chegar a 1,5 mil agências com horários ampliados em todo o território nacional.
“Muitos bancários estão ficando doentes com a sobrecarga de trabalho. Eles trabalham até mais tarde todos os dias e chegam a perder o convívio com a família e os amigos”, afirma o diretor do Sindicato Washington Henrique, que também é bancário do Itaú.
Também diretor do Sindicato, Sandro Oliveira destacou que a categoria deve ficar unida e pressionar o banco com protestos e outras ações para que as negociações sobre o assunto avancem. “O banco tem uma estimativa de lucro recorde de R$ 17 bilhões em 2012, mas não valoriza os trabalhadores, nem a população que é discriminada com o novo modelo de atendimento. Somente a nossa luta pode reverter essa situação”, argumenta.
Durante as negociações com o banco, os dirigentes sindicais reivindicam mais contratações e o fim da rotatividade. “Não somos contra a ampliação do horário de atendimento. Pelo contrário, defendemos a ampliação do horário das 9h às 17h, com dois turnos de trabalho e mais contratações de trabalho, a fim de atender melhor os clientes e a população”, destaca a diretora da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CN/CUT) Conceição Costa, que também é bancária do Itaú.
Insegurança
Outro problema alarmante presente nas agências do Itaú é a falta de investimento em segurança. O problema afeta tanto os bancários quanto a população. Todos ficam mais expostos a situações arriscadas, como assaltos e a corriqueira ‘saidinha de banco’. O Itaú gastou R$ 384,7 milhões nos primeiros nove meses de 2012 com despesas de segurança e vigilância, o que representou apenas 3,8% do lucro de R$ 10,102 bilhões no período.
“O Sindicato denuncia que várias unidades que funcionam com horário estendido estão com apenas um vigilante trabalhando, enquanto que o recomendável é a presença de pelo menos dois profissionais da área de segurança. Além disso, a retirada da porta giratória em agências também aumentou a insegurança nesses locais. A situação deve ser revista pelo banco com urgência para garantir a integridade de todos que passam pelas agências”, alerta o secretário de Administração do Sindicato, Edmilson Lacerda, que também é bancário do Itaú.