Bancários organizam ato em Brasília contra autonomia do Banco Central

Ato dos bancários no DF recebeu apoio da CUT Brasília

Em repúdio à plataforma de governo de candidatos à República, o Sindicato dos Bancários de Brasília e a Central Única de Trabalhadores de Brasília (CUT-Brasília) se reuniram na última terça (9), em ato público em frente ao Banco Central (Bacen), na capital federal, contra a autonomia do órgão, para que o banco continue trabalhando a favor da sociedade brasileira e não apenas dos banqueiros.

O Bacen, que tem como principal função regularizar e fiscalizar o sistema financeiro brasileiro, é responsável pela política de crédito cambial e monetária. Para isso, é necessário que a entidade esteja entrelaçada com o projeto de governo e priorize o interesse público acima dos privados.

O Sindicato se posiciona contrário à mudança no papel do Bacen, a qual visa privatizar a entidade e colocá-la para trabalhar a serviço da ganância do sistema financeiro. “A pauta do nosso ato inclui a democratização do sistema financeiro, para que não tenhamos apenas três pessoas decidindo qual o tamanho das taxas de juros e para tentar fazer uma vacina que de fato não inviabilize o aumento ou a escalada da inflação”, explica o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo.

O presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto, disse que a Central apoia o ato organizado e realizado pelo Sindicado dos Bancários.

“A finalidade é fazer com que o Banco Central mantenha sua independência perante os bancos, ou seja, não atue de acordo com os interesses dos banqueiros, mas sim de acordo com os interesses da sociedade brasileira”.

“Nós bancários vimos a independência do Banco Central com preocupação, pois o Bacen é uma ferramenta que favorece ao controle da sociedade sob a inflação e o sistema financeiro. Quando candidatos defendem essa autonomia, significa jogar para os bancos privados a responsabilidade de regular o sistema”, comentou Jair Ferreira, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), e também funcionário da Caixa.

Para o secretário de Organização do Ramo Financeiro da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Miguel Pereira, importância do Bacen público vai além de controlar e proteger a inflação e o valor da moeda. “Seu compromisso em lei é o de gerar posses de trabalho”.

O ato também serviu como protesto contra a terceirização de serviços prestados pelos bancos, como o que ocorre com a implantação dos correspondentes bancários, autorizada pelo Bacen para ampliar a bancarização. Com salários mais baixos e carga de trabalho superior à dos bancários, os correspondentes realizam atividades das agências em lotéricas, farmácias, supermercados e lojas. Essa modalidade de serviço, que pode facilitar a vida dos clientes, é na verdade uma forma de baratear e transferir serviços para fora das agências.

Segundo o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, o emprego dessa mão de obra não deixa claro com quem ficam as responsabilidades com relação à segurança, condições de trabalho e proteção dos direitos trabalhistas.

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