Bancários ocupam tribuna da Câmara de Juiz de Fora contra terceirização

Em tribuna livre na Câmara Municipal de Juiz de Fora, no interior de Minas Gerais, ocorrida na última terça-feira (2), o secretário-geral do Sintraf JF, Carlos Alberto de Freitas (Nunes), convocou os vereadores a se posicionarem contra o Projeto de Lei (PL) 4330/2004, do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), e o substitutivo do relator, deputado federal Artur Maia (PMDB-BA), que escancara por completo a terceirização no Brasil, precarizando os empregos da classe trabalhadora.

Nunes solicitou a realização de uma audiência pública para discutir a terceirização e a automatização do sistema bancário, outra preocupação da categoria.

“Estamos percebendo um investimento pesado dos bancos na unificação de seus sistemas e na aumento de serviços de transações financeiras por dispositivos eletrônicos, como os canais de autoatendimento, internet e celular, o que no médio prazo pode reduzir ainda mais o número de funcionários nas agências, sem com isso trazer a qualidade no atendimento à população”, destacou o dirigente sindical.

Mobilização

Na manhã desta quinta-feira (4), o Sintraf JF promoveu um ato em protesto (foto) contra o PL 4330 no centro de Juiz de Fora. O projeto, caso seja aprovado, reduz direitos trabalhistas garantidos em acordos e convenções coletivas, na CLT e na Constituição Federal.

O protesto aconteceu na posta da agência do Banco do Brasil, instituição que vem expandindo sua rede em muitos casos por meio da terceirização de serviços, como o Banco Postal.

A atividade foi chamada pela Contraf-CUT e apoiada pela CUT, com paralisações e protestos em todo o país, envolvendo, além dos bancários, outras categorias como eletricitários, metroviários, servidores da saúde e da educação, petroleiros e metalúrgicos.

“O PL 4330 vai contra a todos os direitos adquiridos ao longo de anos de luta trabalhista e mobilizações. É uma armadilha organizada contra a classe trabalhadora, sobretudo os bancários, que tem vivenciado nos últimos anos a precarização das condições de trabalho e a redução da categoria”, ressaltou o presidente do Sintraf JF, Robson Marques.

O bancário também chamou a atenção da população para a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) que, apesar de cobrar uma das tarifas mais caras do país, não investe na segurança dos seus empregados. “Embora poucos saibam, morre um trabalhador terceirizado a cada 45 dias na Cemig e ninguém faz nada para solucionar o problema: nem a empresa, tampouco o governo do estado”, denunciou.

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