Bancários lançam Campanha Nacional 2015 nas ruas de Niterói

O ato contou com um enterro simbólico dos banqueiros e apresentação teatral

O Sindicato dos Bancários de Niterói e região lançou oficialmente, nesta quinta-feira (10), a Campanha Salarial 2015. Diretores da entidade fizeram uma passeata pela Avenida Amaral Peixoto, no centro de Niterói, com diversos atos em frente às agências bancárias do local.

O ato contou com um enterro simbólico dos banqueiros e a apresentação teatral da Companhia de Emergência Teatral para demonstrar a exploração dos bancos e o que vive os bancários no cotidiano do trabalho. Toda atividade foi acompanhada de uma banda de música com marchinhas fúnebres e de carnaval. Em 2015, os bancários buscam 16% de reajuste salarial, tíquete alimentação de R$ 788,00 e a defesa do emprego. O tema da Campanha Nacional é “Exploração não tem perdão”.

Placas com as palavras: Ganância; Terceirização; Irresponsabilidade; Mentiras e Assédio foram apresentadas aos transeuntes. Uma carta aberta foi entregue à população de Niterói alertando para os altos índices de lucros dos principais bancos apenas no primeiro semestre deste ano. O documento prova que a crise que afeta o país não atingiu as instituições financeiras. As cifras ultrapassam R$ 40 bilhões em lucros.

Apesar dos números positivos, os bancos não avançaram nas três primeiras rodadas de negociações que aconteceram no fim de agosto e início de setembro, em São Paulo, entre representantes do Comando Nacional dos Bancários e da Fenaban. Os temas das primeiras reuniões foram: saúde, emprego e igualdade de oportunidades.

Nos primeiros sete meses deste ano os bancos que operam no Brasil fecharam 5.864 postos de trabalho, de acordo com a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB). As reduções mais expressivas ocorreram no Rio de Janeiro (-1023), São Paulo (-782) e Minas Gerais (-618) e Rio Grande do Sul (-579). Os bancos múltiplos, com carteira comercial, categoria que engloba grandes instituições, como Itaú, Bradesco, Santander, HSBC e Banco do Brasil, foram os principais responsáveis pelo saldo negativo. Eles eliminaram 3.715 empregos.

“Estamos nas ruas para mostrar à população o que acontece dentro dos bancos. Irresponsabilidade, mentira, assédio, terceirização, condições de trabalho precárias e assim, demonstrarmos de forma bem-humorada o que os bancários passam dentro das agências. A campanha já começou e tivemos três rodadas de negociações e até agora nada. Então, o Sindicato vem avisar à população que não houver avanços, os bancários vão parar. Não aceitamos mais exploração e queremos uma proposta decente. A população também sofre com a ganância dos bancos com as filas, o impedimento de pagar contas e realizar seus depósitos dentro das agências”, afirma Luis Cláudio Caju, presidente do Sindicato dos Bancários de Niterói e região.

Caju alerta ainda que após o dia 20 de setembro, caso não haja avanços nas negociações e uma proposta decente por parte dos banqueiros, a categoria vai parar e iniciar uma greve por tempo indeterminado.

Além da Fenaban, os bancários já abriram as mesas de negociações específicas com a Caixa e o Banco do Brasil.

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