Bancários fecham agência do HSBC em Campinas contra demissões

Funcionários que trabalham sob pressão permanente e ameaça de demissão

Em protesto contra as demissões, incluindo as por justa causa, o bancários de Campinas, interior de São Paulo, paralisaram os serviços na agência Júlio de Mesquita do HSBC, durante o horário de atendimento, nesta sexta-feira, dia 14.

Em sua ânsia de fechar postos de trabalho, o banco inglês agora “procura” motivos para demitir sumariamente, por justa causa. O protesto teve ainda o objetivo de alertar os funcionários, que trabalham sob pressão permanente em nome das metas.

Pressionado a vender, cumprir a meta inalcançável, o bancário pode até cometer equívoco. Diante dessa possibilidade, o Sindicato orienta que todos sigam as normas e procedimentos definidos pela instituição. Sem mais nem menos. Ou seja, cumprir as regras estabelecidas. Só assim é possível evitar qualquer ‘armadilha’ do HSBC.

HSBC condenado por espionagem

O HSBC foi condenado pela 8ª Vara do Trabalho de Curitiba, recentemente, a pagar indenização por danos morais coletivos, no valor de R$ 67,5 milhões, por espionar seus funcionários entre os anos de 1999 e 2003. A sentença, proferida no último dia 7, é resultante de Ação Civil Pública ingressada pelo Ministério Público do Trabalho do Paraná, no dia 8 de agosto de 2012, após denúncia do Sindicato dos Bancários de Curitiba.

Documentos comprovam que o banco inglês contratou a empresa Centro de Inteligência Empresarial (CIE) para realizar investigações privadas, supostamente justificadas pelo alto número de trabalhadores afastados por motivos de saúde à época.

A empresa investigou 152 pessoas de diversos estados do Brasil. Entre outras ‘tarefas’ solicitadas, os espiões seguiam os bancários pela cidade, abordavam com disfarces (entregador de flores e de pesquisador), reviravam seus lixos e invadiam residências, incluindo filmagens e fotografias.

Nos dossiês constam informações como horários de saída e retorno a casa, local de destino, meio de transporte e trajes quando saíam, hábitos de consumo, informações sobre cônjuges e filhos, antecedentes criminais, ajuizamento de ações trabalhistas, participação em sociedade comercial e posse de bens como carros.

Segundo o procurador do trabalho responsável pela ação, Humberto Mussi de Albuquerque, a decisão terá efeito pedagógico e servirá como parâmetro para a atuação de outros empregadores no Brasil.

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