Os bancários da América Latina estarão mobilizados em uma Jornada Internacional de Lutas, entre os dias 14 e 17 de dezembro. Os sindicatos vão às ruas exigir o fim das práticas antissindicais dos bancos multinacionais, que agem contra o direito de livre organização dos trabalhadores ao perseguir e demitir aqueles que se aproximam do movimento sindical, desrespeitando as leis trabalhistas dos países e diversas normas internacionais.
A decisão foi tomada durante a 5ª Reunião Conjunta de Redes Sindicais de Bancos Internacionais, cuja segunda etapa se encerrou nesta quarta-feira, 2, na sede da Contraf-CUT, em São Paulo. O evento reuniu sindicalistas de vários países da América e da Espanha e foi realizado em duas etapas: a primeira ocorreu em Santiago, no Chile, nos dias 26 e 27 de novembro, e reuniu bancários de Itaú Unibanco, HSBC e BBVA. A segunda reuniu trabalhadores do Santander, Banco do Brasil e da Rede de Bancos Públicos. Os participantes trocaram experiências sobre os principais problemas que os bancários enfrentam em cada país e definiram estratégias de luta unificada.
Os trabalhadores avaliaram a evolução das articulações internacionais do movimento sindical. Foi constatado que, desde 2001, os bancários vêm atuando de forma organizada em alguns bancos em nível internacional, com pautas unificadas e representantes legítimos, e esse processo se ampliou desde então. Mesmo assim, até agora, as empresas se negam a negociar com os trabalhadores em nível mundial e a assinar acordos marcos. Para piorar, os bancos aumentaram sensivelmente as práticas antissindicais em todos os países, numa ofensiva contra os direitos dos trabalhadores.
“O movimento sindical não aceitará passivamente esse movimento dos bancos para coibir o direito de organização dos trabalhadores. Vamos utilizar todos os meios ao nosso alcance para garantir nossos direitos, intensificando agora o uso de instrumentos internacionais como as denúncias para OIT e a OCDE”, afirma Ricardo Jacques secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT. “Continuamos apostando na abertura de processos de negociação internacionais e na assinatura de acordos marcos globais para garantir os direitos dos bancários”, acrescenta.
A jornada, aprovada pelos trabalhadores na plenária final do evento, seguirá o seguinte calendário:
Dia 14 – Banco do Brasil
Dia 15 – BBVA
Dia 16 – Itaú Unibanco e Santander
Dia 17 – HSBC e Bancos Públicos
A reunião também aprovou o fortalecimento da campanha da UNI Sindicato Global pela assinatura de acordos marcos com Santander e HSBC. “Queremos um acordo que leve em consideração os impactos da globalização sobre os bancários, bem como garantia de diálogo entre patrões e sindicatos e reconhecimento das leis e normas internacionais do trabalho, incluindo direito de organização”, sustenta Ricardo Jacques.