Trabalhadores e dirigentes sindicais adiaram, por uma hora, a abertura da agência do Santander localizada na avenida José de Alencar, no Centro de Porto Velho, na manhã desta quarta-feira, (11). Esta foi a forma de protestar contra a demissão de mais dois funcionários do banco espanhol nos últimos três dias, diminuindo ainda mais o quadro de funcionários que já teve mais de 55 bancários no Estado.
"O Santander desrespeita a lei ao demitir empregados que estão em estabilidade provisória. Há casos em que demitem até diretores sindicais, o que é proibido por lei. E sabemos que o Brasil é o país onde o banco espanhol obtém o maior lucro a nível global, só que, diferente da Espanha, onde o banco preserva o emprego, aqui no Brasil o banco retribui seu maior lucro mundial demitindo o trabalhador brasileiro. Isso só comprova que o Santander, a exemplo dos demais bancos, não está preocupado com o desenvolvimento do país e muito menos preocupado com seus funcionários e com o bom atendimento aos seus clientes. Por isso estamos aqui, lutando para que o banco amplie sua rede, abra mais agências e contrate mais funcionários para dar um atendimento mais digno à população e diminuir a sobrecarga de trabalho e, consequentemente, o adoecimento dos atuais funcionários do banco", mencionou José Pinheiro, presidente do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO).
O presidente da Fetec/CN/CUT, Cleiton dos Santos, que é diretor de Formação Sindical do SEEB-RO, foi enfático ao afirmar que o Brasil precisa de empresas que contribuam com o emprego e com a geração de renda, e não de empresas 'mercenárias'.
"O Santander tem promovido demissões injustas no Brasil até mesmo com diretores sindicais. Os trabalhadores vivem assombrados com este clima de terror e essa política perversa do banco lucrar, levar os lucros obtidos no país para a Europa e 'recompensar' seus funcionários brasileiros com demissões impiedosas. Por isso estamos fazendo este manifesto como uma resposta a estas iniciativas arbitrárias e como uma prova de que vamos lutar e resistir sempre, toda vez que houver uma demissão injusta de trabalhadores", afirmou Cleiton.
Para o diretor de Imprensa do Sindicato, Clemilson Farias, o Santander não está nem um pouco preocupado com o alto índice de desemprego no Brasil. "Éramos quase 60 e hoje não chegamos a 40. O banco demite o funcionário no momento em que ele (o funcionário) mais precisa do banco, que é quando está afastado por motivos de saúde. Pagamos um plano de saúde há anos e quando adoecemos o banco demite sem nenhum pudor. Por isso estamos aqui para defender inclusive aqueles gestores que não querem que façamos este tipo de protesto, pois eles também são bancários e podem ser demitidos a qualquer momento", mencionou Clemilson, que é funcionário do Santander.