Falta de segurança nos bancos preocupa trabalhadores e clientes
Com o objetivo de prevenir ocorrências policiais envolvendo bancos, bancários, vigilantes, clientes e usuários, os Sindicatos de Bancários e de Vigilantes de Londrina lançaram nesta terça-feira (25), no Centro da cidade, o Guia de Segurança Bancária.
Integrando a “Campanha Contra a Falta de Segurança nos Bancos – A Vida das Pessoas em Primeiro Lugar”, o material produzido conjuntamente pelas entidades tem dicas sobre como os clientes devem agir ao fazer suas operações, a respeito de cuidados que bancários e vigilantes devem tomar para evitar a ação de bandidos e propostas para melhorar a segurança nas instituições financeiras.
Wanderley Crivellari, presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina, lembra que os números da violência contra os bancos têm aumentado nos últimos tempos. Pesquisa realizada pela Contraf-CUT e a CNTV (Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes), em parceria com o Dieese, revela que em 2013 houve um crescimento de 14% de mortes em assaltos envolvendo o setor em relação ao ano anterior.
“Por conta da falta de mais investimentos pelos bancos em segurança, infelizmente 65 pessoas perderam suas vidas no ano passado, conforme aponta a pesquisa. Destas, 32 foram vítimas do crime chamado “saidinha de banco”, o que poderia ser evitado caso fosse isenta a tarifa para transferências de valores (TED, DOC) mais expressivos e de implantação de outros mecanismos dentro das agências e postos de serviços para garantir sigilo maior neste tipo de operação”, avalia Wanderley, acrescentando que esse serviço geralmente não é utilizado em função dos custo.
De acordo com ele, bancários e vigilantes defendem também instalação de portas com detector de metais na entrada dos bancos, antes do hall de atendimento eletrônico, colocação de câmeras nas áreas interna e externa das agências para monitorar a presença de assaltantes, instalação de biombos entre os guichês de caixa, além da contratação de mais funcionários e vigilantes para ampliar a segurança das pessoas.
Ainda em relação a melhorias na segurança bancária, Wanderley defende que a guarda das chaves das agências e PABs (Postos de Atendimento Bancário) seja feita por empresas especializadas, bem como o transporte de valores, que muitas vezes é feito por funcionários dos bancos.
Correspondentes bancários
Ainda segundo a pesquisa da Contraf-CUT e CNTV, em 2013, os ataques de assaltantes aos correspondentes bancários resultaram em 14 mortes, ficando em segundo lugar nas ocorrências com fim trágico.
“Estes locais geralmente não possuem segurança adequada, pois não contam com detectores de metais nas portas, vigilantes e nem mesmo privacidade para que os clientes façam suas operações”, observa Orlando de Freitas, presidente do Sindicato dos Vigilantes de Londrina.
Orlando lembra que recente pesquisa apontou a preferência dos clientes de serem atendidos em agências bancárias, justamente por se sentirem mais seguros. “Eles estão certos ao fazerem esta opção, pois as exigências para instalação de agências e PABs é muito maior do que para os chamados correspondentes bancários, que praticamente não têm aparatos materiais e humanos para evitar a ação dos marginais”, ressalta.
A violência na região
Cada vez mais ousados, os assaltantes de banco estão ampliando as ações na base territorial do Sindicato de Londrina. Em 2013, foram registrados três assaltos a banco na região, consumados ou não, e outros 10 ataques a caixas eletrônicos localizados em agências e PABs. Este ano, em pouco mais de um mês já ocorreram dois assaltos e quatro ataques a terminais eletrônicos.
A maioria destes casos teve com alvo agências, PABs e PAAs (Postos de Atendimento Avançado) do Itaú e do Bradesco. “Vale lembrar que estes dois bancos estão relaxando em relação à segurança bancária, transformando e instalando agências sem portas de segurança ou até mesmo vigilantes, como se não houvesse uma onda de violência crescente no país”, destaca Wanderley Crivellari.
Para ele, esse descaso não se justifica, principalmente se forem levados em conta os lucros obtidos pelo Itaú e o Bradesco em 2013, que atingiram, respectivamente, R$ 15,7 bilhões e R$ 12,2 bilhões.
“Ao contrário deles bancos, nós, bancários e vigilantes, estamos preocupados com as vidas das pessoas que trabalham e utilizam os serviços dos bancos, por acreditarmos que com esta campanha é possível mudar esse cenário trágico no qual está inserido o setor mais lucrativo do país”, finaliza Wanderley.