A Contraf-CUT e as Comissões de Organização dos Empregados (COEs) do Santander e Real se encontram na próxima terça-feira, dia 12, às 10h, com o banco espanhol, em São Paulo, para a primeira reunião do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT), previsto nos recentes aditivos à convenção coletiva. O objetivo das entidades sindicais é retomar o processo de negociação permanente, buscando a manutenção dos empregos e direitos e a melhoria das condições de trabalho.
A pauta dos trabalhadores está sendo elaborada a partir das sugestões enviadas pelos sindicatos e federações dos bancários de todo País, cujo prazo termina nesta terça-feira, dia 5, às 18h. As propostas devem ser remetidas para os coordenadores das COEs, Mário Raia e Marcelo Gonçalves, e para os diretores Ademir Wiederkehr e Deise Reicoaro da Contraf-CUT.
Na segunda-feira, dia 11, véspera da negociação, as COEs se reunirão, às 15h, no Auditório Amarelo do Sindicato dos Bancários de São Paulo. “Vamos nos preparar para os debates com o banco e avaliar as atividades do dia nacional de luta, promovido na última quinta-feira, dia 30 de abril, que teve protestos, manifestações e passeatas em todos os cantos do País, pressionando o Santander a parar com as demissões e pagar mais PLR aos trabalhadores”, destaca Ademir.
Os bancários também irão analisar os números do balanço do primeiro trimestre de 2009, onde o Santander contabilizou ágio de R$ 447 milhões, referentes à compra do Real, o que implicou na redução do lucro, assim como já foi feito no balanço de 2008. “Os trabalhadores e as trabalhadoras não aceitam pagar essa conta com dispensas e PLR menor, pois superintendentes e executivos ganharam bônus milionários. Exigimos respeito e igualdade de tratamento para quem é o maior responsável pelos lucros do banco”, salienta Deise.
Essa será a primeira reunião do CRT após as assembleias de acionistas do Santander, ocorridas na última quinta-feira, que aprovaram a extinção e a incorporação do Banco Real pelo Santander, a distribuição do lucro líquido do exercício de 2008 e a fixação de R$ 223 milhões para a remuneração global anual dos 26 diretores executivos do banco. Ademir e a Afubesp, representada pelo presidente Paulo Salvador, acionistas minoritários presentes, registraram votos contrários, diante da redução da PLR, da falta de transparência do balanço e pela ausência de garantias de emprego e direitos para os trabalhadores e aposentados no processo de fusão.