Bancários dos privados e BB aprovam propostas e terminam greve em Brasília

Os bancários dos bancos privados e do Banco do Brasil aprovaram na noite de quarta-feira 26, em assembleias realizadas no Setor Bancário Sul, em Brasília, as novas propostas da Fenaban e do BB e encerraram a greve. Com isso, os trabalhadores voltaram ao trabalho nesta quinta-feira 27. Já os empregados da Caixa Econômica Federal decidiram permanecer em greve.

Bancos privados

A nova proposta da Fenaban, que veio após 8 dias de forte greve da categoria, garante reajuste para os salários de 7,5% (aumento real de 2%). Além disso, o piso da categoria passou de R$ 1.400 para R$ 1.519 (aumento real de 2,95%). Os vales alimentação e refeição terão valorização de 8,5%.

Sobre a PLR, a regra básica será de 90% do salário mais R$ 1.540 fixos (reajuste de 10%), com teto de R$ 8.414,34. Caso a distribuição do lucro líquido não atinja 5% com o pagamento da regra básica, os valores serão aumentados para 2,2 salários, com teto de R$ 18.511,54. A PLR adicional será de 2% do lucro líquido distribuídos linearmente, com teto de R$ 3.080 (reajuste de 10%).

Os empregados e empregadas da Caixa do Distrito Federal decidiram, em assembleia específica realizada nesta quarta-feira (26), continuar a paralisação. Os bancários rejeitaram a proposta apresentada pela Fenaban e pelo banco e darão continuidade à greve por tempo indeterminado.

“Agradeço a todos os trabalhadores e trabalhadores que participaram intensamente de mais uma greve nacional dos bancários. Independentemente de partidos e de governos, mostramos que não temos medo de fazer o enfrentamento quando estão em jogo os interesses da categoria. Greve é um instrumento legítimo, amparado pela Constituição Federal, e que deve ser utilizado quando se esgotam as negociações e o diálogo. Somos fortes, somos CUT”, observa o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília e da CUT de Brasília, Rodrigo Britto.

Banco do Brasil

Reunidos em assembleia na Praça do Cebolão, no Setor Bancário Sul (SBS), os bancários do Banco do Brasil aprovaram a proposta do banco, pondo fim à greve, uma das maiores dos últimos anos. Aguerridos e mobilizados, os trabalhadores conquistaram um acordo com avanços importantes.

Entre os itens da proposta específica aprovada pelo funcionalismo, o BB concordou em aderir à cláusula de combate ao assédio moral da Convenção Coletiva assinada com a Fenaban, que tem a participação dos sindicatos no encaminhamento de denúncias ao banco. Os bancários conseguiram incluir a gratificação de caixa na carreira de mérito, retroativa a 2006; um novo piso após estágio probatório (90 dias) no valor de R$ 1.948 (A2); e a unificação dos atendentes das CABB com um novo Valor de Referência (VR) de R$ 2.554, dentre outras conquistas.

Também será instalada mesa temática para discutir ascensão profissional e comissionamentos e o banco aceitou estabelecer a regra de preenchimento de vagas de escriturários em todas as dependências do país através do sistema de remoção automática (SACR) ou pela nomeação de concursados. Isso é muito mais democrático e transparente na questão da mobilidade interna.

A PLR foi negociada mantendo-se a regra anterior sem vínculo do módulo bônus ao Novo Sinergia, que individualiza as metas. Será usada a mesma referência no resultado coletivo (ATB).

Em relação à proposta do BB para a jornada de 6 horas, os bancários aprovaram em assembleia a realização de um seminário pelo Sindicato na próxima semana para analisar detalhadamente a proposta e tirar dúvidas.

O BB propôs ainda a manutenção de cláusulas do acordo coletivo 2011/2012. Serão mantidas todas as cláusulas que não foram objeto de alterações na presente proposta, inclusive a cláusula que prevê trava de três avaliações negativas para eventual descomissionamento por desempenho.

“A garra, o empenho e a unidade dos bancários e bancárias do BB mais uma vez garantiu avanços significativos dentro do limite das negociações. Nas reivindicações gerais, por exemplo, arrancamos um aumento real maior que no ano passado, e na cesta alimentação o ganho é maior que o aumento geral. Já em relação às questões específicas, há o incremento na PLR (Participação nos Lucros e Resultados) dos caixas e dos escriturários. Além disso, precisamos nos manter em estado de mobilização pela implantação da jornada de 6 horas”, afirma o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato e representante da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) na Comissão de Empresa dos Funcionários, Rafael Zanon, que também é funcionário do BB.

Não desconto dos dias parados

Em relação aos dias de greve, o BB seguirá a Fenaban, que propôs a manutenção da regra de compensação dos dias parados até 15 de dezembro deste ano, em no máximo duas horas por dia, de segunda a sexta-feira, exceto feriados, nos mesmos moldes da convenção coletiva do ano passado. O que não for compensado será desconsiderado.

Caixa

Os empregados da Caixa decidiram, em assembleia específica, continuar a paralisação. Eles rejeitaram a proposta apresentada pela Fenaban e pelo banco e darão continuidade à greve por tempo indeterminado.

“Com a votação pela continuidade da greve, o Sindicato vai estar em todos os locais de trabalho e continuará intensificando o movimento e convocamos os empregados da Caixa para se juntarem a nós. Só alcançaremos vitória com a participação efetiva dos bancários e bancárias”, destaca Wandeir Severo, secretário de Finanças do Sindicato dos Bancários de Brasília e empregado da Caixa.

Nova assembleia será realizada nesta quinta-feira, às 18h, em frente ao Edifício Filial (SBS), para definir os rumos do movimento.

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram