Assédio moral, metas abusivas, desrespeito nas relações de trabalho. São esses os depoimentos de dezenas de trabalhadores do Santander que chegam ao Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região para homologar suas demissões. No primeiro trimestre deste ano, pelo menos 191 bancários, da base deste sindicato, deixaram o banco espanhol em grande parte por não suportar as condições de trabalho. O número é 32 % maior do que no mesmo período de 2007.
“Todos os dias, às 9h, a gerência geral faz uma reunião onde cada um é obrigado a apresentar a meta que irá bater durante o dia. Se você não atingir é humilhado na reunião do dia seguinte na frente de todos os colegas. Essa reunião para mim era aniquiladora, a pressão era violenta. Você não vê um funcionário saindo desta reunião com a cabeça erguida”, diz uma gerente de contas que pediu para ser desligada da empresa.
Apesar da grande quantidade de pessoas que deixam o banco, o número de demissões também subiu. E bastante. Foram 211 nos três primeiros meses do ano, uma alta de 56% em relação ao mesmo período de 2007. Bancários com mais de 20 anos de banco, muitos deles prestes a se aposentar, ou recém-saídos de afastamento médico, devido a doenças contraídas no trabalho, estão sendo sistematicamente demitidos.
Em 2007, entre pedidos e demissões foram desligados 1.193 trabalhadores, na base deste sindicato, o que representa cerca de 14% do total de funcionários. Nos primeiros três meses do ano, os desligamentos representam 4,64% do cerca de 8650 trabalhadores em São Paulo, Osasco e Região.
Campanha – Para acabar com esta situação em que vivem os trabalhadores do Santander, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, dará início a uma campanha, que tem caráter nacional, a partir da próxima segunda-feira, dia 7 de abril, pelo fim das demissões e por melhores condições de trabalho. “É inadmissível que os trabalhadores passem por situações constrangedoras, nem tampouco sejam descartados discriminadamente. Queremos que o Santander seja o maior banco do mundo também para os trabalhadores”, diz Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região. Queremos que o banco abra negociações com os trabalhadores e reveja essa situação”, completou.
Estão programadas atividades em frente a agencias e concentrações do banco espanhol para a distribuição de jornais e diálogo com os trabalhadores. O mesmo será feito com a população, que receberá uma carta aberta sobre o problema. Também estão previstas divulgação de spot em rádio e informes em jornais de grande circulação.
Segunda-feira, 7 de abril – As atividades serão concentrada s das 9h às 11h em três agências em cada regional do Sindicato (Centro, Norte, Sul, Leste, Oeste e Paulista).