A Contraf-CUT e as entidades sindicais aguardam a marcação da terceira rodada de negociações com o Santander. Na reunião anterior, realizada na quarta-feira, dia 18, o banco espanhol garantiu a renovação da maioria das cláusulas do Aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Nova rodada ficou de ser agendada na segunda-feira, o que ainda não ocorreu, para discutir as pendências, como os incentivos à aposentadoria, e as propostas de inclusão de novas cláusulas. Ainda será feita outra reunião para debater o Acordo do Programa de Participação nos Resultados (PPR).
Expectativa de novas conquistas
Na terceira rodada serão discutidas propostas de inclusão no aditivo. Muitas delas são hoje benefícios que se encontram na cartilha distribuída, em maio, pelo banco aos funcionários.
“Queremos valorizar o diálogo e a negociação coletiva com o Santander. Para tanto, queremos transformar essas importantes vantagens em conquistas para os trabalhadores, evitando que amanhã ou depois qualquer gestor do banco resolva cancelar unilateralmente esses benefícios”, afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr. “São avanços sociais que precisam ser protegidos e valorizados pelos trabalhadores e pela empresa como forma de responsabilidade social”, reforça.
Da cartilha para o aditivo
Confira alguns benefícios da cartilha para inclusão no aditivo:
Auxílio Educação – os bancários reivindicam bolsas de estudo para graduação no valor de 70% da mensalidade limitada a R$ 600.
Auxílio ao estudo de idiomas – os bancários reivindicam bolsas de 50% do valor do curso, limitado a R$ 5.000 por ano.
Auxílio para filhos com deficiência – os bancários reivindicam bolsa de estudos para filhos com deficiência intelectual no valor de 70% da mensalidade, limitada a R$ 6000.
Ajuda Social Extraordinária – os bancários reivindicam subsídio de 90% do total das despesas em situações de emergência, como calamidade pública, falecimento, dificuldades familiares, etc.
Auxílio Academia – os bancários reivindicam o pagamento de 70% da mensalidade com academia, limitado a R$ 80.
Igualdade de direitos com bancários da Espanha
Veja alguns direitos negociados com sindicatos espanhóis para inclusão no aditivo dos trabalhadores brasileiros:
Bolsa de férias – os trabalhadores acordarão com o gestor da área o período de gozo de férias anuais, com antecedência mínima de dois meses. Para os trabalhadores com gozo de férias nos meses:
a) dezembro, janeiro, fevereiro e julho, o valor da bolsa será de R$ 135;
b) julho, setembro, outubro e novembro, o valor da bolsa será de R$ 200;
c) para os demais meses o valor da bolsa será de R$ 380
Licença para exames pré-natais – as trabalhadoras grávidas terão direito a ausência remunerada para a realização de exames pré-natais, desde que comprovados por atestados médicos
Ausências abonadas – os trabalhadores terão direito a 5 dias de ausência abonada por ano civil, em datas pré-acordadas entre o trabalhador e o gestor da área
Licença sem vencimentos– os trabalhadores terão direito a um mês por ano de licença sem vencimentos para hospitalização prolongada ou doença grave do cônjuge ou parente até o primeiro grau (pais e filhos) ou afinidade (sogros)
Emprego, saúde e previdência complementar
Veja algumas das principais reivindicações:
Garantia de emprego – os bancários reivindicam compromisso do Grupo Santander Brasil de não fazer demissões, exceto por justa causa, pelo prazo de três anos.
Centro de realocação – os bancários reivindicam a realocação de trabalhadores das áreas de sobreposição, decorrentes do processo de fusão, para outras áreas administrativas ou para a rede de agências, com treinamento.
Previdência complementar – os bancários reivindicam a manutenção do patrocínio do Santander, por tempo indeterminado, aos planos do Banesprev, HolandaPrevi e Bandeprev.
Eleição no HolandaPrevi e Sanprev – os bancários reivindicam eleições diretas para a escolha de representantes dos participantes nos Conselhos Deliberativo e Fiscal, bem como na Diretoria.
Saúde – os bancários reivindicam a manutenção do patrocínio do Santander para a Cabesp, por tempo indeterminado.
Prêmio para quem já completou 25 anos
Os dirigentes sindicais cobram o pagamento do prêmio de dois salários para todos os funcionários do Santander que completaram 25 anos de banco. Trata-se de bonificação vigente no Real e estendida aos trabalhadores do Santander somente a partir de janeiro deste ano, discriminando quem já tinha feito esse tempo de casa.
“Esperamos avançar porque nossas reivindicações são todas de cunho social e de conhecimento do banco, já contratadas com os sindicatos espanhóis”, aponta a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa. “Queremos contratar também para os trabalhadores brasileiros, não como prática social, mas garantidas no acordo aditivo e válidas para todos. É bom para a empresa porque agrega valor pela boa prática de governança corporativa e valoriza os funcionários”, acrescenta.
