Bancários circulam abaixo-assinado contra discriminação dos clientes
No Dia Nacional de Luta no Itaú contra as demissões, que não param nem mesmo na véspera do Natal, o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro realizou na quarta-feira (21) um ato em frente à agência da Avenida Rio Branco para protestar contra as dispensas em massa que o banco vem realizando nos últimos meses.
A Companhia de Emergência Teatral encenou uma esquete nas ruas e dentro das agências, a fim de chamar a atenção da população para a forma ultrajante que o Itaú trata seus funcionários. Folhetos informativos foram distribuídos aos clientes e transeuntes e os bancários receberam orientações dos diretores do Sindicato.
Durante o ato, os sindicalistas coletaram assinaturas para o abaixo-assinado contra a discriminação dos clientes que o banco vem promovendo. Desde o início de dezembro, o Sindicato vem recebendo denúncias de que os caixas estão sendo orientados a não receber pagamento de contas de clientes e não clientes. Os primeiros recebem a informação de que devem realizar a operação nas máquinas de autoatendimento, enquanto os não correntistas são encaminhados para correspondentes bancários, como supermercados e casas lotéricas.
Os caixas são obrigados a inventar desculpas, como problemas nos sistemas, para não atender a população. Somente no primeiro dia de circulação desse abaixo-assinado foram recolhidas mais de 500 assinaturas.
Após a pausa de fim de ano, o documento voltará a circular e, posteriormente, será encaminhado ao Ministério Público e ao Procon para fins de protocolar uma ação judicial, pois essa atitude do banco descumpre a Resolução 2.878, do Conselho Monetário Nacional (CMN), de 26 de julho de 2001, repassada a todo o sistema financeiro pelo Banco Central, e o Código de Defesa do Consumidor (CDC), ao qual os bancos estão submetidos.
Descaso com os trabalhadores
A Qualyservice, empresa contratada pelo Itaú para atuar na área de serviços gerais, tem faltado ao respeito com seus funcionários. Durante o ato, o Sindicato recebeu diversas denúncias de que o 13º salário desses funcionários não foi creditado até a data-limite estabelecida pelo governo, 20 de dezembro. Além disso, a empresa não informou quando irá depositar esses valores, deixando os trabalhadores sem nenhuma orientação.
A diretora do Sindicato, Cida Cruz, entrou em contato com o gerente de Relações Sindicais do Itaú Unibanco no Rio de Janeiro, Bruno Cavalcanti, para cobrar uma solução para o problema, já que o banco é responsável pela cobrança do cumprimento da legislação trabalhista das suas empresas terceirizadas.
O Itaú se comprometeu a solucionar esse problema o mais rápido possível.