Bancários do Rio Grande do Sul protestam contra demissões no Santander

Manifestações contra falta de funcionários e condições precárias de trabalho

O processo de demissões em massa no Santander motivou a realização de mais um Dia Nacional de Luta. Em todo o país, sindicatos promoveram manifestações. Houve fechamento de várias agências. Segundo informações enviadas à Fetrafi-RS até as 11h desta quinta-feira (19), ocorreram paralisações no Rio Grande do Sul em unidades de Passo Fundo, Caxias do Sul, Ijuí, Carazinho, Cruz Alta, Rio Grande, Santa Rosa e Santo Ângelo.

“A mobilização de hoje reflete a indignação dos funcionários pela falta de respeito do Santander. Quem produz a lucratividade do banco está exposto a condições de trabalho que adoecem. Além das metas abusivas, que são impostas diariamente aos bancários, agora impera um clima de insegurança no emprego, às vésperas das festas de fim ano”, destaca o diretor da Fetrafi-RS e funcionário do Santander, Juberlei Bacelo.

O Santander é hoje o banco que mais está demitindo no Brasil. Até na véspera do Natal! Nos primeiros nove meses do ano, conforme estudo do Dieese, o banco fechou 3.414 postos de trabalho, na contramão da economia brasileira, que gerou 1,3 milhão de vagas no período. Entre setembro de 2012 e 2013, a redução foi de 4.542 empregos, uma queda de 8,2% no quadro de funcionários.

Para o banco, as demissões são normais. Mas para os bancários são injustificáveis. O Santander obteve lucro de R$ 4,3 bilhões até setembro no Brasil, o que representa 24% do lucro mundial, o maior resultado entre todos os países onde o banco atua.

Com tantas demissões, faltam cada vez mais funcionários nas agências, causando sobrecarga de serviços, assédio moral, estresse, insegurança e adoecimento de bancários, piorando as condições de trabalho e prejudicando a qualidade de atendimento aos clientes. Pioraram até os serviços de limpeza, uma vez que para reduzir custos as agências passaram a ter somente algumas horas de faxina por dia.

Como se não bastasse, o Santander terceirizou os prepostos nas homologações junto à maioria dos sindicatos. A medida vem sendo combatida pelas entidades, que enfrentam também as práticas antissindicais do banco para tentar calar os bancários.

Não é à toa que o Santander foi o campeão do ranking de reclamações de clientes no Banco Central em 2013. Além disso, cobra altas taxas de juros e tarifas abusivas dos clientes, enquanto gasta milhões de reais com o patrocínio da Copa Libertadores e da Fórmula 1.

Ao mesmo tempo, o Santander engordou a remuneração dos altos executivos. Entre 2010 e 2013, o ganho médio anual de um diretor do banco aumentou 67% no Brasil, chegando a R$ 7,915 milhões, o que é um absurdo. Também subiu anualmente entre 2003 e 2013 o retorno total do acionista do banco em todo o mundo.

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