Assim como em todo o país, bancários e diretores do Sindicato dos Bancários do Piauí (SEEBF-PI) protestaram contra o banco Santander por desrespeito ao acordo trabalhista e implementação de medidas que prejudicam os empregados, sem consultar nem empregados, nem representantes sindicais. No Piauí, a manifestação aconteceu em frente a agência Santander da rua Álvaro Mendes, no centro de Teresina, que teve o atendimento paralisado por duas horas como forma de protesto.
O presidente do SEEBF-PI, Arimatea Passos, ressaltou que um dos principais motivos é a decisão unilateral do banco de realizar a homologação das demissões diretamente no banco, sem a presença do Sindicato, o que está previsto na nova legislação, mas que contraria o Acordo Coletivo da categoria que é válido até agosto de 2018.
“O que surpreende a todos nós é a rapidez com que esses bancos estão implantando essa parte da reforma trabalhista, que é uma das mais prejudiciais ao empregado. O Santander teve um lucro anual de mais de R$ 9 bilhões de reais e ainda tem essa ganância, essa sanha em demitir empregados de forma abrupta, que ficam totalmente reféns do que o banco determina”, disse Arimatea.
O presidente do SSEBF-PI informa ainda que o banco se nega a negociar com a categoria. “Apesar de várias solicitações da Comissão de Empresa dos funcionários do banco de tentar conversar, o banco não quer receber os empregados, nem negociar. Esse protesto vai continuar alertando aos funcionários e à população sobre o tratamento dado aos empregados, que são vistos como se fossem “coisas” que podem ser dispensadas a qualquer momento a bel prazer do banco. Há um retrocesso nos direitos trabalhistas que prejudica a classe trabalhadora desse país”, afirmou.
O diretor Cesário Alves comenta que além da homologação direta no banco, outras medidas têm sido tomadas pela direção do Santander, sem negociação com a categoria e que têm prejudicado os empregados. “É uma forma de protestar e resistir a esse pacote de maldades que o banco está implantando aqui na agência. Primeiro foi a questão das alterações dos créditos dos salários e décimo terceiro, o banco já mudou; depois veio a questão das horas extras, que querem que sejam compensadas em até seis meses, e agora essa de fazer as homologações dentro da empresa”, disse Cesário.
O Diretor Edvaldo Cunha, também denúncia a postura do banco Santander que impõe ao empregado uma decisão que, de fato, se revela uma armadilha. “O Sindicato é quem acompanha se está sendo feito tudo corretamente, com todos os direitos sendo pagos. Agora, além de ser feito dentro da agência, pode ser dividido e o empregado que assinar esse acordo, não pode mais recorrer na justiça pelos seus direitos. Ou seja, essa legislação foi feita somente para atender aos interesses dos banqueiros”.