O presidente do Sindicato dos Bancários do Piauí, Arimatéa Passos, avaliou positivamente a audiência pública realizada na manhã desta sexta-feira (20/01), no auditório do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor – PROCON – Ministério Público do Piauí, na zona Leste de Teresina. A mesma contou com a presença do Superintendente Regional do Banco do Brasil no Piauí, Pio Gomes de Oliveira Júnior; Conselheiro Hudson Sousa Melo, do Conselho Regional de Contabilidade; Vice-Presidente da Associação Comercial do Piauí, Luiz Antônio Teixeira Veloso; representante da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB-PI, Michel Saldanha e Marcia Alzenir Porto, Presidente da Junta Comercial do Estado do Piauí.
Na oportunidade, foi sugerida a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta, mas que será analisado em um momento futuro com a direção do Banco do Brasil e o Sindicato dos Bancários do Piauí, sendo mediado pelo Ministério Público.
Na abertura da audiência, o Superintendente Pio Gomes Júnior fez uma breve explanação sobre o Plano de Reestruturação anunciado pelo Banco do Brasil que decidiu pelo fechamento de agências na capital e interior, bem como transformação de agências em Postos de Atendimento.
Ele destacou que se trata de um processo de modernização implementado pelo banco, mas garantiu que nenhum funcionário será demitidos. “O Banco do Brasil fez todo um estudo técnico que tem todo embasamento para melhoria no atendimento, reforça a qualidade no relacionamento para ampliar a experiência e modelo de negócio com o cliente para promover a melhor sustentabilidade do banco”, ressalta o superintendente, mencionando que a mesma está sendo testada em vários Estados.
Por sua vez, Michel Saldanha fez questão de frisar que a OAB-PI vai trabalhar em parceria com o Ministério Público do Piauí no sentido de barrar esta situação. “Nós acreditamos que vai trazer prejuízos enormes à população, tanto na capital como no interior, tendo em vista que, hoje, da forma como está o atendimento que não é o mais adequado, imagine com essas mudanças anunciadas pelo banco”, pondera.
Segundo ele, com o fechamento de agências no interior, os clientes vão ter que se deslocar para buscar atendimento em outras cidades, demandando mais gasto financeiro, bem como correndo risco de assalto.
Demonstrando preocupação com as mudanças, Alzenir Porto, da JUCEPI, explica que antes disso os clientes do BB já não têm um atendimento satisfatório, “como nem todos têm acesso a tecnologia, como vão ficar os clientes mais idosos?”, indaga, comentando que o banco precisa procurar uma saída, sem necessidade de fechar agência. “O banco não pode substituir o homem pela máquina. Eu mesma odeio ser atendida por máquina”, resume.
Para Arimatéa Passos, a audiência foi positiva e bem conduzida pelo Coordenador Geral do PROCON/MP-PI, Nivaldo Ribeiro, “mas com relação ao BB, a gente nota que querem iludir as pessoas. A gente vê que o programa que será implantado não há possibilidade nenhuma do atendimento melhorar, até porque será feito por telefone. O banco na sua função principal está tentando ludibriar as pessoas e já estamos prevendo o que vai acontecer”, diz.
O Vice-Presidente do SEEBF-PI, Odaly Medeiros, manifestou sua indignação contra a postura do BB por afirmar que tais mudanças vão prejudicar empregados e a população. “Os clientes que terão suas contas transferidas vão ter transtornos, além daqueles que terão dificuldades para operar sistema eletrônico pelo celular”.
O representante da Contraf-CUT, Marcos Vandaí, foi taxativo ao afirmar que o banco, ao fechar uma agência, “quebra uma lógica e a população vai arcar com os prejuízos, até porque muitos clientes querem ser atendidos por funcionários”, conta, mencionando que o banco não tem interesse em preservar os interesses dos funcionários.
Para finalizar, o diretor geral, José Ulisses de Oliveira, também se mostrou contra o fechamento das agências. “Os gerentes das agências que serão fechadas disseram que a situação deles está indefinida. E a população não está satisfeita com a decisão unilateral do banco”, conclui.