(Curitiba) A Remuneração por Resultados (RR), um dos programas de remuneração variável implantados pelo Unibanco, continua deixando muitos trabalhadores bancários “à deriva”, sem qualquer tipo de esclarecimento sobre os critérios utilizados pelo banco para o pagamento do benefício.
Não bastasse a omissão do Unibanco, a polêmica da RR vem ganhando ainda mais espaço já que a empresa optou por efetuar uma espécie de compensação pelo pagamento da PLR. Resumindo, o Unibanco está descontando na RR, o que foi acordado na PLR (Participação nos Lucros e Resultados) durante as negociações salariais, além da discriminação, cada vez mais freqüente entre seus trabalhadores.
O programa vem sendo debatido desde o ano passado por não ter normas transparentes. “A RR foi implantada unilateralmente, com total desconhecimento da categoria sobre a metodologia utilizada pela administração do banco e, em certos momentos discriminando os trabalhadores”, explica Armando Dibax, Secretário de Organização da Fetec-CUT-PR e trabalhador bancário no Unibanco.
Mauro Sérgio Franco, diretor do Sindicato dos Bancários de Londrina e Região e trabalhador no Unibanco, conta que os programas de participação nos resultados para as agências e áreas administrativas são injustos porque discriminam os trabalhadores.
Vale lembrar que no Unibanco existe a RR mensal, semestral e também o PEC (Programa de Estímulo ao Conhecimento) bimestral e anual e nos departamentos PRU (Participação por Resutlados Unibanco), bônus e a chamada “Curva de Performance”. “São programas baseados em cima de metas abusivas e uma avaliação individual de performance, onde os conceitos são pré-definidos pelo banco. Do jeito que está não pode continuar”, afirmou.
Em Curitiba, o movimento sindical já realizou algumas reuniões em diversas unidades bancárias, visando o debate e o esclarecimento sobre a PLR e a Remuneração por Resultados.
Segundo Junior Cezar Dias, Secretário de Assuntos dos Bancos Privados do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região e trabalhador bancário no Unibanco, alguns trabalhadores bancários paranaenses cumpriram as metas, mas não receberam o benefício esperado.
“Muitos protestos vêm sendo realizados em todo o país, mas a indignação não tem sensibilizado os gestores do Unibanco que se mantêm omissos em relação a essa situação”, explica, argumentando que quando o banco começou a compensar a RR pela PLR, toda a categoria ficou prejudicada. “O descontentamento é geral. Temos que intensificar a campanha Remuneração para Todos, com indicação para que a COE do Unibanco solicite a retomada de negociações sobre um programa justo de remuneração para todos os bancários da empresa”.
O representante da COE/Unibanco junto à Fetec-CUT-PR, Anselmo Vitelbe Farias, disse que na semana que vem novas reuniões serão realizadas com funcionários no Unibanco, debatendo outras questões como contratações e saúde. Segundo ele, o quadro que já estava defasado, ficou ainda menor com a ida de pelo menos 16 trabalhadores para o Santander.
“A sobrecarga de trabalho e de metas, que já era grande, se intensificou nos últimos dias”, afirmou. Em relação à questão de saúde, Anselmo justificou a alta incidência de bancários com problemas psicológicos e de LER/DORT no ambiente de trabalho. “Em sua absoluta maioria, eles não têm se afastado com medo de perderem seus empregos. Essa situação também precisa mudar”, disse.
Fonte: Edson Junior – Fetec PR